Se você é daquelas pessoas que se espantam a cada vez que um aviso de vírus salta na tela do computador, tome cuidado. O alerta pode parecer sério, acompanhado de uma logomarca benfeita, mas nem sempre é verdadeiro. Especialistas em segurança na internet alertam que os antivírus falsos estão cada vez mais elaborados. Há, inclusive, os que oferecem suporte on-line 24 horas por dia. O serviço, no entanto, não passa de uma fraude, que pode levar o usuário a entregar dados pessoais e senhas de cartão de crédito a bandidos.
No Brasil, esse malware (1) ainda não é um problema grave. ;A maioria dos programas falsos está em inglês, a barreira da língua limita um pouco essa difusão. Mas, de vez em quando, a gente encontra um usuário daqui infectado;, conta o analista de vírus da Kaspersky Lab, Fábio Assolini. O FBI (a agência de investigação norte-americana) calcula que os prejuízos com a disseminação de antivírus falsos cheguem a US$ 150 milhões por ano nos Estados Unidos. ;Em 100% dos casos, eles roubam a senha do cartão de crédito do internauta;, diz Mariano Sumrell, da AVG Brasil.
Os cybercriminosos fazem de tudo para que o usuário acredite da validade da ferramenta. Para isso, invadem um site qualquer e inscrevem scripts maliciosos na página, comandos que executam o vírus. Com a invasão, os hackers também fazem com que esse site apareça como um dos primeiros nos buscadores. E isso vale para qualquer tipo de página: institucionais, de notícias, blogs, entre outras. ;Quando a pessoa acessar o site, vai aparecer uma tela bonitinha, animada, avisando que o computador foi escaneado e que foram encontrados vírus. Aí o usuário, ingenuamente, acaba fazendo o download do malware;, explica o analista Fábio Assolini.
Vulneráveis
Com o programa instalado na máquina, os falsos alertas ficam mais frequentes. Até que, em determinado momento, surge o aviso de que é necessário comprar o antivírus para continuar mantendo a máquina protegida. ;Aí a pessoa acaba sendo roubada duas vezes: quando paga por um serviço que não existe e quando dá a senha do cartão de crédito;, aponta Fábio. Além disso, esses cybercriminosos são próximos de outros criadores de vírus, o que pode deixar a máquina, também, mais vulnerável.
Ouça trechos da entrevista com Mariano Sumrell, da AVG Brasil