; Henrique Bolgue
Especial para o Correio
A disputa sempre acirrada entre as Geforce e a Radeon chegou a um novo patamar. O lançamento recente da GTX 480, da NVIDIA, veio para fazer frente à Radeon HD 5790, da ATI, que assumiu o topo de desempenho quando lançada em 2009 e até hoje continua fazendo bonito em testes de desempenho. O embate, que já dura quase uma década, também foi benéfico ao consumidor, que viu os preços de placas de entrada caírem nos últimos anos ; e, se estiver pronto para desembolsar mais de R$ 1 mil por uma placa, pode contar com pequenos supercomputadores no balcão de casa.
Nos últimos anos, a evolução das unidades de processamento gráfico (GPU) em relação aos CPUs foi expressiva e os números comprovam. A GTX tem, por exemplo, quase 500 núcleos de processamento; em comparação, o último lançamento da AMD, o Hexacore, tem seis. Algo que tambéma chama atenção é a aparência externa das placas. As duas têm quase 30cm e são dotadas de coolers e dissipadores enormes. Apesar de parecerem prontas para uma exibição de tuning, os ventiladores não estão ali para vencer concursos de beleza. A temperatura dos seus núcleos é um problema caro e de difícil solução para seus fabricantes. Isso se explica principalmente pelo grande consumo de energia das duas placas, principalmente a da NVIDIA. A HD conseguiu um bom trabalho nesse quesito; já a GTX, que consome impressionantes 250W, ainda espera as melhorias que devem vir dos fabricantes.
[SAIBAMAIS]Mais do que um briga de números, essa é uma guerra de novos efeitos e compatibilidades. As duas suportam o novo conjunto de programação DirectX 11, da Microsoft, que ainda não é comum nos jogos para PC, mas começa a ser implementado. Como sempre acontece de geração em geração, no quesito gráficos o PC começou novamente a ultrapassar os videogames, e placas intermediárias, como a HD5750, rodam bem todos os lançamentos. Os efeitos do DirectX 11 podem ser usufruídos até mesmo em placas mais baratas, mas só com essas duas máquinas o gamer pode dizer que seu computador roda o jogo Metro 2033, mais bonito do que no videogame de última geração. Mesmo assim, esses softwares fazem a placa ferver quando rodados em resoluções Full HD e com todas as especificações no máximo.
A novidade do DirectX 11 é a tecnologia de tesselation, que ainda está em fase de implementação, mas promete mudar o mundo dos games. Ela não faz nada mais do que acrescentar polígonos em tempo real, quando próxima dos objetos. O efeito é similar ao de ver certos filmes feitos com computação gráfica, como, por exemplo, Avatar, onde não se noticiam os milhares de polígonos empregados na computação gráfica.
Tecnologia do futuro
De fato, a já antiga placa da ATI, a HD 5790, ainda ultrapassa a GTX em diversos benchmarks já feitos por sites do mundo todo e pelo teste 3D Mark, um dos mais respeitados. Mas em certas configurações ainda há uma disputa muito próxima. A GTX é mais nova e custa mais, mas é indiscutivelmente imbatível quando se pensa emtecnologia de tesselation, já que tem 16 motores dedicados à tarefa, em vez de somente um da concorrente.
Algumas outras implementações de ambas as GPUs já miram o futuro dos games no PC. Atualmente ainda são poucos os afortunados que podem se dar ao luxo de ter três monitores ligados ao mesmo tempo e, ainda, nenhum jogo foi desenvolvido com isso em mente. Mas o exagero já é possível com o Eyeinfinity da HD 5790, que suporta resoluções de até 7680X1600 com uma única placa. A GTX precisa de duas placas para replicar a tarefa, embora tenha o diferencial do 3D Surround (1), que utiliza os óculos 3D da própria empresa utilizando os três monitores. Mesmo assim, tudo depende ainda do lançamento de novos drivers e ajustes das próprias produtoras de softwares.
Superprocessadores
É indiscutível a importância das placas para o desempenho gráfico do computador, mas um nicho que ambas as empresas cada vez mais miram são as aplicações que utilizam sua arquitetura de supercomputador para tarefas que não sejam as gráficas. O que ocorre é que antigamente, as GPUs só suportavam a linguagem usada para os gráficos, como o Open GL e o próprio DirectX. Agora os novos processadores paralelos dessas placas, como o badalado Fermi, da NVIDIA, aceita suporte a parâmetros básicos de programação, como o C .
A ATI usa o OpenCL, que também é aberto aos programadores. Segundo Richard Cameron, presidente da NVIDIA no Brasil, mais de 70 mil pessoas já baixaram o código Cuda, e universidades e empresas de grande porte já pensam em adotá-lo e estão adquirindo supercomputadores equipados com milhares das placas NVIDIA.
Alguns programas de uso pessoal, como o Photoshop CS4, já se beneficiam da novidade. O novo pacote da Adobe, o CS5, aumentou ainda mais a compatibilidade. A tecnologia Mercury Playback Engine permite trabalhar com vídeos HD no Premiere com a facilidade e a rapidez de vídeos de baixa resolução.
Mas a tecnologia ajuda até mesmo em experimentos científicos. Tomografias, empresas de prospecção de petróleo e o programa Seti, que usa computadores na procura de vida alienígena, já se beneficiam dessas tecnologias. Fulvio Cavalli, que participa do programa e é o usuário com mais pontos no Brasil, explica que o Cuda foi um avanço que revolucionou o projeto. ;Até o advento do Cuda, o processamento era feito simplesmente pela força bruta da CPU. Agora, um mero Core 2 Duo pode alimentar duas ou três GTX 295 e produzir uma quantidade gigantesca de cálculos matemáticos;. Fulvio usa duas 9600GT, sete GTS 250, duas GTX 260 e duas GTX 295 para ajudar na busca de sinais extraterrestres. Ele diz que espera a melhora da GTX 480, que ainda esquenta demais e demanda muita energia.
1 - 3D
Além de necessitar dos óculos especiais, a tecnologia exige que os monitores tenham uma taxa de atualização de 120Hz.
A teoria