Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Começam a despontar nas lojas as novidades que vão motivar o brasileiro a torcer pelo Brasil com uma nova TV

Na década de 1970, o lema era ;90 milhões em ação, pra frente Brasil;. Hoje, o número de brasileiros mais que dobrou e beira os 190 milhões de habitantes. E quem está de olho nessa gente toda é a indústria de vídeo e imagem, que planeja uma grande festa para o ano que vem, quando a Seleção canarinho (1) vai à África do Sul em busca de seu sexto título mundial. ;A economia brasileira tem nos dado base para confiarmos em sua recuperação até lá. Podemos atribuir ao fato do futebol ser o esporte mais praticado no mundo e a Copa do Mundo ser o maior evento de futebol. São milhões acompanhando cada detalhe dos jogos. Por isso, aproveitam a oportunidade para trocar o seu aparelho;, torce Takahito Uesugi, gerente-geral de marketing da linha Bravia, da Sony.

E o sexto título do time nacional não é a única marca importante que estará em jogo. A evolução da venda das telas finas no Brasil pode, finalmente, conquistar uma virada histórica. A expectativa é de que as televisões de LCD e plasma superem, pela primeira vez, a comercialização das TVs de tubo, ainda líderes de mercado. A Panasonic, por exemplo, desde abril não fabrica mais os modelos de tubo. ;Para o ano que vem, esperamos um recorde em consumo de TVs, passando dos 10 milhões alcançados em 2006 ; o melhor ano até agora. E também acredito que teremos a consolidação da tela fina como tecnologia para o mercado nacional, já que a de tubo está em franco declínio;, acredita Daniel Kawano, analista de produtos da Panasonic do Brasil.

;Em ano de Copa de Mundo, a sazonalidade é invertida. Em vez de a maior parte das vendas acontecer no fim do ano, vêm para o primeiro semestre;, detalha Fernanda Summa, gerente da área de TV da LG. Sobre a disputa entre as tecnologias, Summa concorda com Kawano: ;A virada vai ser na Copa do Mundo. Em 2010, as telas finas terminarão o ano com 55% do mercado e o tubo com 45%;, calcula.

[SAIBAMAIS]E para ajudar na empreitada, a indústria nacional adotou a tática de trazer o processo de fabricação de seus principais modelos para o Brasil, tornando-os mais acessíveis. É o caso da linha topo da Bravia, a série XBR9, que tem como diferencial a taxa de renovação de 240Hz, e passou a ser feita no Brasil. Com a mudança, o preço caiu de R$ 22.399, cobrado pelo modelo de 52 polegadas importado apresentado em março, para R$ 10.499. Já a Samsung inovou ao fabricar por aqui sua série 7000, que traz a tecnologia LED combinada com o painel LCD.

Enquanto o modelo importado pela Sony também anunciado em março beirava os R$ 26 mil, o desenvolvido na fábrica pela Samsung sai por R$ 7.499, com a diferença que o modelo japonês tinha menos de 1cm de espessura e o coreano menos de 3cm. ;Nós investimos para trazer a fabricação para o Brasil. Assim, nos tornamos os primeiros a produzir TVs com LED com polegadas que vão de 32 até 55;, reforça Daniela Hashizume, gerente de produtos da área de TV da Samsung.


1- Todos por Dunga

Não são só os torcedores brasileiros que estão empolgados com o sucesso do time comandado pelo técnico novato do Brasil. ;Os consumidores vão se deixando levar pelo bom desempenho da Seleção e se preparam para acompanhar melhor a Copa;, explica Daniel Kawano. O analista de produtos da Panasonic sabe, com base na experiência do Mundial de 2006, que o desempenho dos jogadores é essencial para a evolução das vendas. ;O Brasil caiu diante da França e o ímpeto do consumidor de comprar televisores foi a zero no mesmo instante.; Daniela Hashizume, da Samsung não quer nem pensar na possibilidade. ;Todos gostamos muito de futebol e também do nosso time. O Brasil para para acompanhar. Não vamos nem pensar no que acontecerá se formos mal. Temos de ir até a final;, defende Daniela.