A ideia é criar um ambiente pensado especialmente para navegar na internet e para usar aplicações como editores de textos, caixas de e-mail, agendas e uma diversidade de ferramentas que podem ser acessadas diretamente na rede, sem a necessidade de tê-las instaladas no computador. A tecnologia, batizada de cloud computing (ou computação nas nuvens) e defendida ferreamente pelo Google, é considerada por muitos especialistas como o futuro da informática e que acabará substituindo o modelo tradicional de venda de software sob licença, praticado há décadas pela Microsoft. ;O Chrome OS é o primeiro sistema operacional pós-internet, baseado em uma série de serviços da web, desenhado de baixo para cima e repensado para um mundo conectado;, declarou a uma agência de notícias o analista de mercado Rob Enderle.
Leve e rápido
De acordo com o Google, o novo sistema terá uma interface amigável e simples, como os demais produtos da empresa, e focará em aspectos como segurança e rapidez. No blog da companhia, o responsável de gestão de produto, Sundar Pichai, e o diretor de engenharia, Linus Upson, disseram que a novidade vem atender a demanda de um público que muitas vezes não se importa com que tipo de plataforma que roda no computador, mas sim com o que ele pode fazer quando está conectado na internet. ;É nossa tentativa de mostrar que é preciso reconsiderar como deveriam ser os sistemas operacionais. As pessoas querem ir diretamente para o e-mail, sem ter que esperar que o computador faça o boot e que o navegador se inicie;, afirmaram. ;E o mais importante: eles não querem gastar horas configurando o PC ou atualizando softwares;, escreveram, se referindo aos resultados de uma pesquisa realizada pela companhia sobre os desejos de diversos usuários de micros.
[SAIBAMAIS]O Chrome OS será baseado no kernel (considerado o núcleo de um sistema operacional, encarregado de gerenciar os recursos fundamentais do sistema) do Linux. ;O sistema vai ser muito mais enxuto e seguro. As chances de instabilidade serão muito menores;, comentou ao Correio o diretor de comunicação do Google Brasil, Félix Ximenes, assegurando que a preocupação da empresa é melhorar a experiência do usuário ao usar um micro, sem que o consumidor precise gastar muito para isso. ;O objetivo é fazer com que mais pessoas possam usar a internet sem depender de computadores robustos. A pergunta que fazemos é: vale pagar R$ 3 mil numa máquina para, no fim das contas, só navegar na internet? Nós achamos que não;, contou, evitando falar sobre a concorrência direta com o produto mais conhecido da Microsoft, o Windows.
Apesar de inicialmente ser voltado para notebooks de baixo custo, a intenção é que o novo sistema operacional seja uma opção para qualquer tipo de computador, já que estará disponível para micros que usam os chips da Intel e AMD. Para isso, a equipe de desenvolvimento da companhia está trabalhando com outras empresas para construir dispositivos compatíveis com a arquitetura. Entre os parceiros, destacam-se marcas como HP, Lenovo, Asus e Acer. Na opinião da diretora de pesquisa do instituto Gartner, Annette Jump, para que o produto tenha êxito, o Google deve se esforçar para oferecer uma gama de aplicativos compatíveis, além de convencer o maior número de fabricantes a aderir à plataforma. ;Se eles tiverem sucesso com os netbooks, terão um potencial enorme para chegar até os consumidores tradicionais;, observou.