Ronaldinho Gaúcho e o irmão, Assis, completam, hoje, 15 dias de prisão no Paraguai. Muitas perguntas precisam ser respondidas até que o caso seja minimamente esclarecido. Porém, a diretora do Departamento de Imigrações do país, María de los Ángeles Arriola Ramírez, suspeita de o ex-craque querer se tornar cidadão paraguaio.
“O Paraguai não tem acordo de dupla cidadania com o Brasil. O documento que ele portava diz que Ronaldinho é paraguaio naturalizado. Uma naturalização significa que Ronaldinho não seria mais brasileiro”, explica.
Além do motivo pelo qual eles pleiteavam essa cidadania, outra questão que intriga é como conseguiram esses documentos, pois seria necessário ter vivido, no mínimo, três anos no Paraguai para ter esse direito, e somente a Corte Superior de Justiça concede essa autorização para permanência.
Arriola Ramírez investiga as condições pelas quais foi permitida a entrada dele no país. A diretora quer saber, por exemplo, o motivo de dois funcionários do órgão terem liberado a entrada de Ronaldinho Gaúcho mesmo ciente de que os documentos eram falsos. A renúncia repentina e inexplicável de seu antecessor, Alexis Penayo, é outro fator intrigante.
Apesar de ser o foco da apuração do Ministério Público local, ela evita dizer que o pentacampeão Mundial faz parte de alguma organização criminosa, até para não atrapalhar as investigações.
Especificamente em relação aos documentos da dupla, a agente de imigração destaca: “Trata-se de um documento autêntico com conteúdo falso”.
Segundo Ramírez, Ronaldinho e seu irmão nunca deram entrada em nenhum trâmite para adquirirem essas cédulas. “Se eles receberam um documento dizendo que foram naturalizados paraguaio, isso deveria ter chamado a sua atenção. Eu, como paraguaia, se alguém dissesse que eu seria naturalizada brasileira sem nenhum trâmite, eu não aceitaria”, exemplifica.
Amanhã, o ex-jogador completa 40 anos. O advogado Sérgio Queiroz diz, porém, que seu cliente não pensa em comemorações. “O aniversário não tem a menor importância para ele agora. O que importa é sua liberdade”, frisa.