As seguintes competições serão afetadas pela decisão da CBF: Copa do Brasil, Campeonatos Brasileiros Femininos das Séries A-1 e A-2, Campeonato Brasileiro Sub-17 e Copa do Brasil Sub-20. A Copa do Brasil, por exemplo, teve na última semana a rodada de ida da terceira fase e teria nesta semana jogos da rodada de volta.
“Sabemos e assumimos a responsabilidade do futebol na luta contra a expansão da Covid-19 no Brasil”, afirmou o presidente da CBF, Rogério Caboclo, em declarações publicadas no site oficial da entidade. Dirigentes vinham dizendo que não havia a necessidade de suspender campeonatos, mas repentinamente mudaram de ideia.
Em entrevista à CNN Brasil, o presidente da República, Jair Bolsonaro, criticou a decisão da entidade máxima do futebol brasileiro. “Você cancelar jogos de futebol contribui para o histerismo. A CBF poderia pensar em vender uma carga de ingressos de acordo com a capacidade dos estádios. Cancelar não vai conter o vírus. A economia não pode parar. Vai gerar desemprego”, argumentou Bolsonaro.
A decisão da CBF abrange apenas as competições de nível nacional. No comunicado que emitiu neste domingo, a entidade afirmou que respeita a autonomia das federações estaduais e que, portanto, cada uma delas é livre para decidir o que fazer com seus torneios.
Na manhã de hoje, dirigentes dos clubes que disputam o Campeonato Paulista reunir-se-ão com o comando da Federação Paulista de Futebol (FPF) para tomar uma decisão sobre a competição. O mesmo ocorrerá com as agremiações do Rio de Janeiro e a federação local (Ferj), que também promoverão um encontro nesta segunda pela manhã.
Uma coisa é certa: depois do anúncio feito neste domingo pela CBF, é muito pouco provável que essas entidades tomem um rumo diferente e decidam manter os seus eventos em andamento.
Por fim, a CBF diz que “seguirá em permanente contato com o Ministério da Saúde, unindo esforços para que o país e o esporte superem o grande desafio em relação à pandemia, torcendo para que, o quanto antes, possamos voltar à normalidade”.
Na Europa, todas as principais ligas de futebol estão paradas. Seguindo a onda de paralisações de eventos esportivos, a Liga dos Campeões e a Copa Libertadores também foram suspensas.
Os países com mais casos de pessoas infectadas pelo Coronavírus na Europa são a Itália e a Espanha, incluindo atletas profissionais como Daniele Rugani, da Juventus, e Ezequiel Garay, do Valencia. Os governos adotaram meditas restritivas e decidiram pelo confinamento da população em meio à expansão do vírus.
“Sabemos e assumimos a responsabilidade do futebol na
luta contra a expansão da Covid-19 no Brasil”
luta contra a expansão da Covid-19 no Brasil”
Rogério Caboclo,
presidente da CBF
“Você cancelar jogos de futebol contribui para o
histerismo. Cancelar não vai conter o vírus”
histerismo. Cancelar não vai conter o vírus”
Jair Bolsonaro,
presidente da República
Três perguntas para...
Daniel Vasconcelos, presidentes da Federação de Futebol do DF
A CBF paralisou as competições nacionais. O Candangão continua ou seguirá a decisão da entidade máxima do futebol brasileiro?
Em princpío, vamos manter. Minas parou, Pernambuco também deve parar, mas é relativo. O presidente Rogério Caboclo conversou com todos e a CBF não pode dar uma determinação que abranja todas as federações. Cada uma tem a sua particularidade. A maioria dos estados não vai parar. É mais para as federações que têm clubes nas principais divisões.
Até ontem, o DF registrava 14 casos positivos para Covid-19. Não é melhor blindar nos jogadores?
Sim, mas estamos numa situação em que, se a gente conseguir fazer pelo menos mais uma rodada (com portões fechados), é mais fácil paralisar tudo. Estamos na décima rodada, falta uma para terminar a primeira fase. Então, serão quatro clubes a menos (nas quartas de final).
Qual é o maior problema de parar hoje?
Se a gente parar agora, clubes rebaixados não vão suportar pagar mais um mês de folha sabendo que caíram. Não vão querer. Vão abandonar a competição. É complicado. Se a gente fizer mais uma rodada é mais fácil de paralisar.