Superesportes

Da depressão ao topo dos pódios

Correio Braziliense
postado em 05/03/2020 04:17

“Pensava que a esclerose múltipla acabaria comigo. Fiquei dois anos em depressão, tentei tirar minha vida, eu não aceitava. Foi quando eu conheci o esporte paralímpico”
Beth Gomes, atleta paralímpica



Então veio o período em que nada fazia sentido. “Fiquei dois anos em depressão, tentei tirar minha vida, eu não aceitava”, conta. Foi quando a chamaram para jogar basquete em cadeira de rodas. De primeira, ela rejeitou o convite. “Disse que, se eu não posso jogar vôlei, também não poderia jogar basquete. E eu não gostava de basquete.” Na semana seguinte, ela resolveu ceder. Os treinamentos do basquete sobre rodas eram exatamente na mesma quadra em que ela cresceu jogando vôlei.

“Quando eu entrei na quadra, passou todo aquele filme. Eu revivi o momento do meu último campeonato em que fomos tricampeãs de vôlei, teve muito choro”, emociona-se. Passada a resistência, Beth percebeu que a paixão dela se estendia ao esporte de forma geral. Logo ela começou a gostar do basquete. Com dois meses, era titular da equipe do Santos, que jogava o Campeonato Paulista masculino.

Depois foi contratada pelo São Paulo para jogar na equipe feminina e recebeu convocação da Seleção Brasileira, que defendeu até 2010 após disputar as Paralimpíadas de Pequim-2008. “Foi um sonho realizado defender as cores do meu país dentro das Paralimpíadas, uma emoção muito grande que jamais vai sair de dentro de mim, da minha história”, orgulha-se.

Dois anos antes das Paralimpíadas de Pequim, Beth sofreu novo surto de esclerose, que paralisou o lado direito do corpo e contraiu os dedos das mãos. Com a maior dificuldade para jogar basquete, aventurou-se no atletismo.




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