A inauguração da peça marca o início de uma série de homenagens que a CBF pretende fazer em 2020 para recordar os 50 anos da conquista da Copa do Mundo do México, feito atingido por uma equipe que é apontada como a melhor de todos os tempos.
A estátua de Pelé chama a atenção pela semelhança com o Rei do Futebol. Colegas da Seleção de 1970 se impressionaram com o trabalho. “Muito parecido com ele. Como ele mesmo disse, melhor do que é na realidade”, brincou Emerson Leão, um dos goleiros daquela equipe.
A peça levou quase um ano para ser produzida e contou com a participação do próprio Pelé, que frequentemente foi consultado para opinar sobre detalhes. Na homenagem, o eterno camisa 10 está sorrindo e vestindo o uniforme da Seleção de 1970. “A estátua dele vai ser um ícone do nosso museu”, afirmou o presidente da CBF, Rogério Caboclo.
Desde que assumiu o cargo, o dirigente tem procurado reaproximar ídolos do passado que estavam afastados – ou mesmo rompidos – com a entidade. Um exemplo notório é do ex-atacante e atual senador Romário (Podemos-RJ), crítico ferrenho da CBF que, no mês passado, aceitou participar do jogo festivo entre as seleções de masters de Brasil e Itália.
“Nossa gestão não herda inimigos. A CBF está aberta para dialogar com todos os ex-atletas, os atuais atletas, ex-treinadores e atuais treinadores. A gente reconhece neles o grande sucesso da CBF e do futebol do Brasil”, disse Caboclo. “Eles têm de estar inseridos no contexto da nossa gestão. Para nós, os críticos são tão bem-vindos quanto os demais.”
Semanas antes da inauguração no Museu Seleção Brasileira, a estátua foi levada até Pelé, na casa em que mora na Baixada Santista, para que o Rei pudesse aprovar a peça. Na ocasião, Pelé deixou uma mensagem especial de agradecimento e valorizou o mérito de todos os companheiros durante a conquista. O vídeo foi exibido aos ex-jogadores durante a cerimônia de ontem.
Julis Rimet
A inauguração da estátua de Pelé teve outro momento marcante. Ao fim da cerimônia, o ex-atacante Jairzinho foi convidado a repetir o gesto do capitão Carlos Alberto Torres em 1970 e ergueu a Taça Jules Rimet – ou, pelo menos, a réplica dela, uma vez que a original foi furtada em 1983, em um dos episódios mais bizarros da história do futebol brasileiro.A repetição da cena emocionou os ex-jogadores. “Quando você faz uma homenagem, é por mérito. A equipe de 1970 teve um mérito bravo, porque até hoje é considerada a melhor Seleção que passou por aqui”, considerou Leão.
“Quero agradecer pelo reconhecimento dessa obra fantástica que o Brasil desenvolveu em 1970, ganhando um título invicto. Para mim e todos os colegas, é um orgulho muito grande ser reconhecido como representante do futebol brasileiro”
Jairzinho, ex-atacante
“É uma grande oportunidade, e eu ainda estou devendo. Tenho de agradecer a Deus por tudo que aconteceu comigo e por estar no Brasil. Há muitos de nossos atletas que não estão aqui neste momento, mas eles também têm de ser lembrados. Eles fazem parte disso”
Pelé, Rei do Futebol