Sete anos depois do título, Matías Almeyda mantém discurso humilde. Questionado sobre qual é lugar dele no trabalho de reconstrução do River Plate, respondeu: ;Não sou a pessoa indicada para definir isso. O que posso dizer é que, ao longo daquela campanha, eu disse que o River Plate seria o futuro Barcelona da América do Sul. Muitos riram na Argentina. Eu creio que o tempo se encarregou de me dar razão;, orgulha-se o treinador.
O River Plate empilhou 14 títulos depois da conquista da Série B. Dez deles sob a batuta de Marcelo Gallardo. Ganhou a Sul-Americana em 2014, o bi da Libertadores, chegou a quatro semifinais do torneio em cinco anos e ao vice no Mundial de Clubes da Fifa na edição de 2015 justamente contra o... Barcelona.
Um dos motivos do bom trabalho de Matías Almeyda na Série B foi o apoio extracampo. ;O Daniel Passarella havia sido meu treinador. Era o presidente quando fomos rebaixados e quem me deu a oportunidade de ser o técnico do River Plate na segunda divisão;, lembra.
Apesar da juventude, Matías Almeyda conta que aprendeu muito naquela Série B. ;Tenho oito anos de profissão, mas tudo o que aprendi aconteceu em um ano à frente do River Plate. De repente, eu tinha que comandar um grupo do qual eu fazia parte. Assumi o elenco uma semana depois de ser rebaixado com eles como jogador (volante). Foi um ano duro, mas que me deu muitas alegrias e ensinou conceitos. A transição de jogador para técnico me fez enxergar o futebol de uma forma diferente. Aprendi a tomar decisões rápidas sob pressão. Você sabe o que é comandar o River Plate ou o Boca Juniors, os maiores do futebol argentino. Em menos de um ano, estávamos de volta à primeira divisão;, orgulha-se.
Em férias depois da temporada da Major League Soccer, Matías Almeyda comanda o San Jose Earthquakes há um ano. A pré-temporada começa em 20 de janeiro. Campeão da segunda divisão pelo River Plate em 2011/2012, ele repetiu o feito no Banfield na temporada 2013/2014. Ganhou cinco títulos à frente do Chivas Guadalajara no México, entre eles a Champions League da Concacaf em 2018, abrindo as portas da MLS.
Atento ao sucesso do português Jorge Jesus e do compatriota Jorge Sampaoli no Brasil, Matías Almeyda espera conquistar em breve o mercado brasileiro. ;Sonho, sim, em trabalhar aí. É um futebol lindo, belo país, mas isso não depende apenas de mim;, riu. (MPL)