O Estádio Bezerrão, no Gama, estava pronto para a festa do tetracampeonato mundial sub-17. Seleção Brasileira embalada pela virada heroica na semifinal diante da França, casa lotada e presenças ilustres. Uma delas foi Julio Cesar, goleiro titular do Brasil nas Copas do Mundo de 2010 e 2014, mas que sentiu o gosto amargo de perder um título mundial na base, aos 17 anos, em 1995, na derrota por 3 x 2 para Gana. Dez anos depois, o Brasil voltava a perder o título: desta vez, diante do México, que enfrentou ontem. Se naquela ocasião, a equipe canarinha perdeu por 3 x 0, neste domingo, a vitória foi de virada, por 2 x 1, com gol de Lázaro nos minutos finais.
Tudo lembrava a edição da Copa Sub-17 de 2005. Além de os finalistas serem os mesmos, o México teve de passar pela Holanda nas semifinais, assim como há 14 anos. Mas, na decisão desta edição, o Brasil começou o jogo avassalador, na busca para abrir logo o placar. Bastava a angústia sofrida contra a França, na semifinal, em que os brasileiros tomaram dois gols em menos de 15 minutos de jogo e tiveram de correr atrás da virada.
Desde o começo do jogo de ontem, a Seleção Brasileira contou com a batucada impulsionada
pelo Movimento Verde-Amarelo, que torce pelo Brasil nas principais competições de futebol. Aos 32, a torcida ensaiou a primeira ola. Em campo, apesar de os brasileiros se mostrarem ofensivos, o nervosismo os atrapalhou. A dificuldade era acertar o último passe; depois, a trave passou a ser o empecilho. Foram 24 chutes ao gol mexicano, mas a bola não entrava.
A partida ficou dramática aos 20 minutos do segundo tempo, quando Gonzalez abriu o
placar para o México, de cabeça. A equipe comandada por Marco Ruiz chegou à final jogando de forma defensiva e, com exceção da goleada por 8 x 0 contra as Ilhas Salomão na primeira fase, protagonizou apenas placares magros. A aposta para a decisão estava dando certo. Mas, assim como na semifinal, a torcida no Bezerrão respondeu prontamente ao gol sofrido com um ;eu acredito;.
Revanche
Embora o México tenha terminado o torneio como a seleção menos vazada da competição, com cinco gols sofridos, essa era a oportunidade de o Brasil igualar o feito do rival como as únicas equipes a se sagrarem campeãs em casa. O México conseguiu o feito justamente em 2005, sobre o time verde-amarelo. Em clima de revanche, foi a vez de os brasileiros darem o troco.
Ao ouvirem o apelo da torcida, mesmo no momento mais delicado do duelo, os garotos atenderam ao pedido em campo. Chegaram ao empate com a ajuda do VAR, que auxiliou o árbitro a ver o pênalti provocado pelo carrinho de Gomez em Gabriel Veron dentro da área. Kaio Jorge converteu. A partida parecia se encaminhar para um desfecho parecido com o tetracampeonato conquistado pela Seleção principal, nos pênaltis, em 1994, mas a estrela do atacante Lázaro brilhou novamente para mudar a história a favor do Brasil.
11 minutos
Tempo que a Seleção levou para conseguir a virada, com gols aos 38 e aos 47 do segundo tempo
Os outros títulos
Além da taça conquistada ontem, o Brasil foi campeão também em 1997, 1999 e 2003. O maior campeão da história do Mundial Sub-17 ainda é a Nigéria, que levou o título em 1985, 1993, 2007, 2013 e 2015.
Brasil 2
Matheus Donelli; Yan Couto (Garci), Henri, Luan Patrick e Patryck; Daniel Cabral e Diego; Veron, Peglow (Lázaro l) e Pedro Lucas (Matheus Araújo); Kaio Jorge l
Técnico: Guilherme Dalla Déa
México 1
México 1
Garcia; Emilio Lara, Guzman, A. Gomez e R. Martinez; Pizzuto, J.Martinez e Munoz; Luna, B.Gonzalez l e Alvarez
Técnico: Marco Ruiz
Público: 11.858 pagantes
Renda: R$ 189.760
Árbitro: Treimanis Andris (Letônia)
Público: 11.858 pagantes
Renda: R$ 189.760
Árbitro: Treimanis Andris (Letônia)
Caminho do Brasil até a final
; Brasil 4 x 1 Canadá
; Brasil 3 X 0 Nova Zelândia
; Brasil 2 x 0 Angola
; Brasil 3 x 2 Chile
; Brasil 2 x 0 Itália
; Brasil 3 x 2 França
*Avançou para a segunda fase em primeiro do Grupo A