Jornal Correio Braziliense

Superesportes

Esforços de preservação e desenvolvimento



Sucesso em décadas passadas, o boliche atravessa período de transição e adaptação aos tempos atuais. A título de demonstração, o esporte chegou a integrar o programa olímpico dos Jogos de Seul, em 1988, mas não se estabeleceu nas edições seguintes do evento. Atualmente, em várias partes do mundo, sofre com a redução no número de atletas de alto rendimento. Em parte, a motivação da crise seria a ascensão dos jogos eletrônicos e novas tecnologias, que atraem mais atenção ante uma modalidade tradicional.

;Ao longo da nossa história recente, o Distrito Federal viu pistas de boliche abrirem e fecharem no Conic, no Venâncio 3.000, no Conjunto Nacional, no Pátio Brasil, no Gama, no centro de Taguatinga, na Asa Norte e em São Sebastião. Atualmente, temos três estabelecimentos em funcionamento: no ParkShopping, no Pier 21 e no Shopping JK (em Taguatinga). Apesar dessas oscilações, ainda é um bom negócio;, acredita Guy Igliori, presidente da Confederação Brasileira de Boliche (CBbol), que tem sede em Brasília.

De acordo com dados fornecidos pelo dirigente, o Brasil conta hoje com 1,5 mil atletas federados ; um patamar ainda ínfimo se comparado com as potências da modalidade. Nos Estados Unidos, que conta com uma liga profissional do esporte, o número oficial de competidores caiu de 2 milhões para 1,5 milhão nos últimos 10 anos. No entanto, no mesmo período, foi registrado um significativo aumento entre os frequentadores das casas de boliche, saltando de 48 milhões para impressionantes 70 milhões.

Gestão
;É uma questão de gestão. Antes, nos EUA, para o atleta ser federado e entrar no ranking nacional, era necessário jogar toda segunda-feira, ao longo de 42 semanas. Essa obrigatoriedade não existe mais, o que provocou uma retomada no interesse pela modalidade recentemente. No Brasil, também exigíamos no passado que os competidores participassem de eventos nacionais para pontuar no ranking. Agora, os torneios locais também servem para esse objetivo. São flexibilidades que abrem caminho para os jovens se interessarem pelo boliche. Há alguns anos, tínhamos três juvenis no ranking nacional. Agora, são 20;, explica Guy Igliori.

Entre os planos da CBbol para fomentar o desenvolvimento da modalidade em âmbito nacional, está a implantação de um programa de técnicos estaduais para a formação de atletas. Hoje, nem mesmo a Seleção Brasileira conta com períodos de treinamentos mais constantes, reunindo-se esporadicamente às vésperas das competições internacionais de maior relevância. ;É necessário dar suporte aos jovens para desenvolver a técnica, como aplicar curva na bola, por exemplo. Os EUA contam com boliches públicos, mas, no Brasil, o atleta tem de pagar por hora de treino. Isso custa caro. É necessário abrir parcerias para suprir essas carências;, comenta o dirigente esportivo.

Apesar das dificuldades estruturais, o Brasil vem mantendo bom nível internacional, segundo a avaliação do presidente da CBbol. Nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio, o Brasil conquistou a medalha de prata nas duplas masculinas, com Fabio Rezende e Rodrigo Hermes. Nas três edições seguintes do evento, Marcelo Suartz manteve o país no pódio (bronze, ouro e prata). Nos Campeonatos Mundiais, Marcelo ficou na quinta posição, em 2016, e no sétimo lugar, no ano passado, em torneios disputados no Catar e nos EUA, respectivamente. (FB)


PROGRAME-SE
Campeonato Brasileiro de Tercetos

Quando: de hoje a domingo
Local: Shopping Pier 21
Horário: das 8h30 às 18h
Entrada franca



253 pontos
Recorde pan-americano de média de pontuação, estabelecido por Stephanie Martins