Afetado por graves denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos envolvendo a atual diretoria e pela acentuada queda de rendimento em campo, o Cruzeiro começa, a partir de hoje, uma nova era sob o comando do ex-goleiro Rogério Ceni, de 46 anos, que tem desembarque previsto para o início desta manhã, em Belo Horizonte. Ainda com pouca experiência à beira dos gramados, o treinador assume a equipe em momento de intensa pressão, com a incumbência de buscar os resultados positivos a curto prazo e a acalmar os ânimos do torcedor.
O cartão de visitas de Rogério Ceni no novo clube será apresentado contra o Santos, domingo, às 16h, no Mineirão, pela 15; rodada do Brasileiro. O recém-chegado técnico encontrará uma equipe recém-eliminada da Copa Libertadores, que aparece na zona de rebaixamento do Nacional, está sem confiança, mostrou dificuldades para criar jogadas e balançar as redes nos últimos jogos e vem falhando constantemente na defesa. Depois da Copa América, a equipe venceu apenas um dos 10 jogos (o clássico com o Atlético pela Copa do Brasil), não marcou gol em oito e foi vazada nove vezes. E ainda precisa virar o jogo contra o Internacional, depois de perder o jogo de ida das semifinais por 1 x 0 no Mineirão.
Entre os dirigentes celestes, existe a confiança de que a vinda de Rogério poderá mexer emocionalmente com o grupo. ;Ele tem uma vibração de jogador ainda. É o que a gente está buscando. A gente espera que ele possa nos ajudar. É o treinador que estamos apostando;, destacou o diretor de futebol Marcelo Djian. O armador Robinho confia que a mudança de comando poderá surtir efeito imediato: ;Se ele está vindo é porque ele confia no grupo. Tem que resgatar a nossa confiança. Esse é o principal trabalho dele. Tenho certeza de que ele vai fazer isso da melhor maneira possível e o mais rápido possível;.
O novo treinador pode ter de buscar as soluções dentro do próprio grupo, já que o clube vive grave crise financeira (com direito a atraso nos salários) e dificilmente deve contratar alguma peça até o fim do ano. Rogério Ceni tem como alternativa dar espaço aos jogadores da base que já vinham tendo chances de ficar no banco, como o lateral-direito Weverton, o armador Maurício e o atacante Vinícius Popó.