Jornal Correio Braziliense

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Modelo suspeita de denúncia caluniosa

A 11; Delegacia de Polícia de Santo Amaro (SP) deve investigar se a modelo Najila Trindade fez denúncia caluniosa de estupro contra o atacante Neymar. Segundo a delegada Monique Lima, em entrevista coletiva ontem, um inquérito foi instaurado após uma petição do jogador do PSG ser apresentada à Justiça.

A delegada Monique Lima afirmou que ;todos os envolvidos que tenham agido de má-fé; serão responsabilizados, e que as partes serão ouvidas ;para apurar se houve denúncia caluniosa;. ;Essa investigação também corre sob sigilo. Seria prematuro qualquer detalhe e responsabilizar as partes envolvidas;, informou Monique Lima, que também investiga o suposto arrombamento do apartamento de Najila e roubo do tablet no qual estaria o vídeo que comprovaria o estupro.

Na última segunda-feira, a delegada titular da 6; Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), Juliana Lopes Bussacos, concluiu o inquérito que investigava suposta agressão e estupro. Ontem, a delegada informou que não encontrou elementos suficientes para indiciar o jogador. ;Foram juntados os laudos, a ficha do atendimento médico do hospital, a ficha do atendimento do ginecologista particular, além do laudo do celular que a vítima entregou. Decidi não indiciar por entender a ausência de elementos para tanto;, disse a delegada. ;As imagens do hotel de Paris não chegaram até os autos, mas em razão de todo o conjunto probatório, verifiquei que essas não se tratavam de prova imprescindível ao inquérito;.

Segundo ela, Najila foi ouvida pela Polícia três vezes ao longo da investigação, enquanto Neymar e outras 12 testemunhas envolvidas prestaram depoimento uma vez. O relatório da investigação foi encaminhado para o Ministério Público (MP), que tem 15 dias para se manifestar sobre o caso. As conclusões do MP e da Polícia basearão a decisão judicial.

O advogado de Najila, Cosme Araújo Santos, criticou a decisão da delegada Juliana Bussacos, por não indiciar o atacante do PSG, e relatou que não teve acesso ao relatório da investigação. Segundo ele, a gravação do circuito interno do hotel poderia comprovar que Neymar estava alterado ou agressivo, o que concordaria com o depoimento da modelo. ;A defesa repudia uma entrevista de uma autoridade de um caso que está sub judice, ou seja, já houve manifestação do juiz e poderá ter uma instrução criminal. A posição desta entrevista tende a ser uma influência negativa para vítima. Mais que isto, jogar a opinião pública mais uma vez contra a alegada vítima;, comentou o advogado em entrevista ao UOL.

*Estagiária sob supervisão de
Fernando Brito