Jornal Correio Braziliense

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A redenção da camisa 9

Após temporadas irregulares com Paolo Guerrero e início desanimador de Gabigol, Flamengo volta a festejar o titular da posição de centroavante e vê um jogador do time assumir a artilharia do campeonato



Apesar das críticas pelo número de gols que costuma desperdiçar, o atacante Gabriel Barbosa, o Gabigol, é um dos artilheiros do Brasil em 2019, com 17 gols (empatado com Gilberto, do Bahia). O jogador do Flamengo lidera a estatística na Série A, com sete gols em 10 rodadas. Antes do jovem de 22 anos, a camisa 9 rubro-negra tinha outro dono: Paolo Guerrero. O peruano, atualmente no Internacional, fez a melhor temporada no time do Rio em 2017, quando balançou as redes 20 vezes em 44 jogos. Gabigol está próximo de superar a marca antes do fim do primeiro turno do Brasileirão.

A chegada à Gávea com status de craque, dois troféus de artilheiro na bagagem (Copa do Brasil 2018 e Série A 2018) e a boa temporada anterior pelo Santos credenciaram o atacante para assumir a posição de centroavante titular do Flamengo. Mas o início foi ruim e não correspondeu às expectativas.

Os inúmeros gols perdidos marcaram o começo da trajetória de Gabigol na equipe rubro-negra. Foram cinco jogos de jejum até balançar as redes. Os dois gols diante do Goiás, na última rodada do Brasileirão, colocaram o atacante na liderança da artilharia do Brasil. São 17 tentos em 28 jogos ; média de 0,60 gol por partida.

Além da artilharia, é o jogador que mais participou de forma direta (assistência ou gol) para alterar o placar no Brasileirão. Foram 10 vezes (sete gols e três assistências), entre os 21 gols rubro-negros. A parceria com um dos melhores elencos do Brasil auxilia Gabriel a marcar tantas vezes. Ser o ponto de referência para os passes de Arrascaeta, Everton Ribeiro, Bruno Henrique, Diego e Vitinho facilita o trabalho do artilheiro.

No Beira-Rio, Paolo Guerrero encanta os torcedores colorados. São nove gols em 14 jogos. Média de 0,64 por partida. A artilharia da Copa América e o surpreendente vice-campeonato do torneio continental reforçam a confiança do atacante, que segue como um dos melhores da posição no país.

O peruano teve uma passagem regular no clube carioca, marcando 20 gols na melhor temporada ; pouco para um jogador considerado de alto nível. Um ponto crucial para a irregularidade de Guerrero no clube da Gávea foi a constante mudança de técnicos enquanto esteve integrado ao elenco.

O atacante ficou de 2015 a 2018 no Flamengo. Neste período, seis treinadores comandaram a equipe, exibindo filosofias diferentes e exercícios distintos. Em pouco mais de seis meses no clube, Gabigol passou por Abel Braga e Jorge Jesus. Se a ;dança das cadeiras; continuasse, teria a mesma média de Guerrero, mas a chegada do português parece ter feito muito bem ao centroavante, que anotou três gols em duas partidas sob o comando do novo treinador.

* Estagiário sob a supervisão de Fernando Brito




Gabigol x Guerrero
Confira o desempenho dos dois atacantes nas últimas temporadas



Gabigol

2019 (Flamengo)
17 gols em 28 jogos - 0,60 gol por jogo

2018 (Santos)
27 gols em 52 jogos - 0,51 gol por jogo

2016 (Santos)
12 gols em 29 jogos - 0,41 gol por jogo

2015 (Santos)
21 gols em 56 jogos ; 0,37 gol por jogo





Guerrero

2019 (Internacional)

nove gols em 14 jogos - 0,64 gol por jogo

2017 (Flamengo)
20 gols em 44 jogos - 0,45 gol por jogo

2016 (Flamengo)
18 gols em 43 jogos - 0,41 gol por jogo

2015 (Flamengo)
quatro gols em 28 jogos - 0,14 gol por jogo