Jornal Correio Braziliense

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Apoio internacional nas investigações



A investigação brasileira sobre compra de votos para a Olimpíada foi motivada por um pedido feito no fim de 2016 pelo Ministério Público francês, que, durante investigação sobre doping no atletismo, encontrou indícios de corrupção na candidatura do Rio.

O depoimento de um ex-atleta olímpico brasileiro foi importante para a investigação. O ex-piloto de bobsled Eric Walther Maleson deu informações sobre a suposta compra de votos africanos.

Ele disse que, em julho de 2009, o secretário especial da prefeitura para a Olimpíada, Ruy Cesar Miranda Reis, foi para a África com Carlos Arthur Nuzman apresentar a candidatura do Rio. Meses depois, segundo Maleson, o secretário deu a entender que o dinheiro havia sido pago. O ex-prefeito Eduardo Paes não foi citado.

Uma reunião em Abuja (Nigéria), em agosto de 2009, foi apontada como uma das ocasiões em que teria ocorrido pagamento de propinas. Mas os votos africanos representavam cerca de 10% do total do colégio eleitoral do COI e, de acordo com informações coletadas até então, as suspeitas apontam que a estratégia não se limitou à África.

Em setembro de 2017, as procuradorias do Brasil e da França realizaram operação de busca e apreensão na casa de Carlos Arthur Nuzman, onde foram apreendidos documentos e R$ 500 mil em moedas de cinco países. Intimado a depor, Nuzman passou quase seis horas em silêncio na Polícia Federal.