Lille (França) ; A anfitriã França cruzará o caminho da Seleção Brasileira logo nas oitavas de final da Copa do Mundo feminina. Empatado em pontos com Itália e Austrália, o Brasil terminou na terceira posição do Grupo C por ter saldo de gols inferior ao da Azzurra (três contra cinco) e por ter marcado menos gols do que as australianas (seis contra oito). Desde a vitória contra a Itália, Marta e cia. dependiam dos resultados dos demais grupos para saber quem enfrentariam. As francesas foram definidas como próximas rivais das brasileiras porque o Chile só conseguiu vencer a Tailândia por 2 x 0, em partida pelo Grupo F. Se tivessem ganhado por ao menos 3 x 0, as chilenas garantiriam classificação, e o Brasil pegaria a Alemanha. A equipe sul-americana chegou perto da vaga, criou muitas oportunidades de golear, mas desperdiçou até pênalti.
Entre as jogadoras e a comissão técnica da Seleção, o discurso era de que não importaria a adversária nas oitavas de final. Os torcedores, porém, esperavam uma combinação de resultados que não colocasse a França no caminho do Brasil logo no primeiro jogo da fase eliminatória da Copa. Para isso, primeiro, a Argentina não poderia vencer a Escócia na quarta-feira. Após saírem perdendo por 3 x 0, as hermanas empataram o jogo e mantiveram o destino do Brasil indefinido até a última rodada.
A partir de então, a tarefa era torcer para sair um vencedor entre Camarões e Nova Zelândia. O confronto estava empatado por 1 x 1 até os 49 minutos do segundo tempo, quando Nchout Njoya marcou um golaço e decretou o triunfo camaronês por 2 x 1 e a classificação. Bastava, em seguida, o Chile ganhar da frágil Tailândia por três gols de diferença. As chilenas colocaram duas bolas na trave no primeiro tempo e chegaram aos acréscimos vencendo por 2 x 0. Aos 41 do segundo tempo, a classificação chilena esbarrou no travessão, onde explodiu a bola batida por Francisca Lara em cobrança de pênalti.
Sem preferência
Mesmo vencendo, o Chile foi eliminado da competição porque o saldo de gols foi insuficiente para superar o da Nigéria (-3 contra -2), que avançou entre os quatro melhores terceiros colocados. Brasil, China e Camarões também passaram para as oitavas nessa condição. Assim, o Brasil vai encarar a embalada França, em Le Havre, no domingo, às 16h.
;Pegar a anfitriã é um privilégio, vai jogar uma partida com estádio lotado, galera gritando. Eu gosto de jogar com torcida, a favor ou contra, mas que tenha gente nos olhando;, desconversou Marta, ao ser questionada sobre o desafio diante do país que recebe pela primeira vez o Mundial feminino. Cristiane foi na mesma linha. ;É Copa do Mundo. Iríamos pegar França, Estados Unidos em algum momento. Não tem problema, sabemos das derrotas passadas, dos nossos erros, da desconfiança, mas temos de ir para dentro;, defendeu a artilheira da equipe brasileira.
A delegação da Seleção Brasileira se manteve em Lille até saber o destino dela na competição. Hoje, o time viaja de ônibus a Le Havre. No confronto com a França, a expectativa da comissão técnica é contar com a experiente Formiga (leia reportagem abaixo)
;Pegar a anfitriã é um privilégio, vai jogar uma partida com estádio lotado, galera gritando. Eu gosto de jogar com torcida, a favor ou contra, mas que tenha gente nos olhando;
Marta, atacante da Seleção
Destaque do dia
Nchout Njoya
A camisa 3 fez um golaço contra a Nova Zelândia, que ainda valeu a classificação de Camarões às oitavas de final da Copa do Mundo feminina. Aos 49 minutos do segundo tempo, a atacante recebeu em velocidade, driblou por duas vezes a zagueira, sendo que no segundo corte deixou a neozelandesa no chão, e finalizou no canto direito, tirando da goleira Nayle. Pintura que garantiu a vitória por 2 x 1 de Camarões, no Stade de la Mosson, em Montpellier. Foi de Nchout também o primeiro gol camaronês, após ela receber dentro da área e bater na saída da goleira. O único gol da Nova Zelândia foi marcado contra, pela zagueira Awona, que errou um chute ao tentar afastar a bola.