Chamados de "torres gêmeas" na Copa do Mundo de 2006, Ronaldo e Adriano atravessam momentos semelhantes às vésperas do confronto entre Corinthians e Flamengo pelas oitavas de final da Copa Libertadores da América. Ambos sofreram um bombardeio de críticas em função da falta de forma física e até de problemas em suas vidas particulares.
O técnico Mano Menezes fala sobre o confronto de Ronaldo e Adriano com um sorriso no rosto. "São dois pesos pesados do futebol mundial", definiu, mas sem nenhuma ironia. "Espero que o Ronaldo se saia melhor, até porque ele é mais importante para o Corinthians do que o Adriano para o Flamengo. Vamos trabalhar para essa má fase acabar na quarta-feira. Estou com um bom pressentimento."
O encontro dos "pesos pesados" poderia ter ocorrido no Campeonato Brasileiro do ano passado. Na vitória por 1 a 0 do Flamengo no dia 9 de agosto, no entanto, Ronaldo ainda se recuperava de fratura na mão esquerda. Em 29 de novembro, foi a vez de Adriano se ausentar. O time carioca ganhou por 2 a 0 sem o seu astro, que havia queimado o pé esquerdo. A torcida corintiana provocou em coro na ocasião: "O Imperador pipocou".
No Maracanã, muitas outras provações aguardavam Ronaldo. Ainda revoltada com a ida do atacante para o Corinthians (ele sempre se declarou flamenguista e usou as dependências do clube de coração para se recuperar fisicamente), a torcida carioca havia convocado até alguns travestis para satirizar o envolvimento do jogador com o falecido Andréa Albertini, em confusão no Rio de Janeiro.
Mano Menezes não acredita que Ronaldo possa piorar ainda mais por causa das hostilidades. "Não podemos encarar um adversário com mais gosto do que outro. A Libertadores já é uma motivação suficiente", pregou o treinador do Corinthians, confiando no poder de reação de seu atacante. "Um atleta como ele está acostumado a trabalhar sob pressão extrema", concluiu.