A classificação para as oitavas de final da Copa Libertadores, conseguida graças a tropeços de times pouco expressivos do continente, como os uruguaios Cerro e Racing, vai dar um pouco mais de tranquilidade ao conturbado ambiente do Flamengo. O fato, , porém não vai apagar os erros cometidos pelos dirigentes, membros da comissão técnica e jogadores ao longo da temporada.
Os erros rubro-negros começaram ainda na disputa da Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca. O sérvio Petkovic se desentendeu com o vice-presidente de futebol Marcos Braz e foi afastado, numa decisão que puniu muito mais o clube, privado de um jogador que continuava recebendo seus salários.
Depois disso, às vésperas das semifinais contra o Botafogo, enquanto o Alvinegro se preparava para o duelo decisivo, boa parte dos jogadores flamenguistas curtia o carnaval carioca. O fato foi minimizado pela presidente Patrícia Amorim: "Enquanto a bola estiver entrando ...", disse à época.
Porém nas semifinais as bolas rubro-negras não entraram e o time foi derrotado pelo Botafogo por 2 a 1, acabando com os planos de se garantir na decisão do estadual com a conquista do primeiro turno, para assim poder priorizar a disputa da Copa Libertadores.
Tendo que encarar a Taça Rio, segundo turno do Carioca, com o máximo de seriedade, o elenco se viu em meio a uma sequência de jogos decisivos. Perdeu alguns importantes, como as derrotas de 2 a 1 para a Universidad de Chile e por 2 a 0 para a Universidad Católica, ambas em Santiago.
O revés diante da Católica teve ainda uma discussão entre o goleiro Bruno e Petkovic, que quase chegaram às vias de fato no intervalo. Tudo na semana da decisão da Taça Rio, vencida por 2 a 1 pelo Botafogo, que acabou com o sonho do tetra flamenguista.
Todos os episódios já citados aconteceram em meio a jogadores do clube envolvidos em noticiários policiais. Adriano chegou a ser acusado de fornecer uma moto para a mãe de um traficante carioca e de ter agredido sua ex-noiva em uma favela da cidade. Os fatos foram desmentidos pelo Imperador. Enquanto isso Vágner Love via imagens suas sendo escoltados por traficantes aparecem em programas de televisão. As notícias foram motivo de crítica por Patrícia Amorim.
Mesmo diante de todo esse histórico recente os funcionários do Flamengo seguem se recusando a admitir que o clube vive um momento de crise.
"Não sei o que chamam de crise, mas o Flamengo sempre foi e será um sistema aberto, vulnerável a influências, pois vive em um regime democrático. A democracia sempre gera debates", disse Isaías Tinoco, supervisor do departamento de futebol, nesta sexta-feira, em entrevista à "Rádio Brasil".
Dentro de campo o time volta a atuar na próxima quarta-feira, quando recebe o Corinthians, às 21h50 (de Brasília), no Maracanã, pelo confronto de ida das oitavas de final da Copa Libertadores. A volta será na semana seguinte, no Pacaembu.