A derrota para o Botafogo na decisão da Taça Rio, neste domingo, prometia causar mudanças profundas no Flamengo. As alterações, por enquanto, só serão referentes à postura da equipe. Nesta segunda-feira, a diretoria rubro-negra se reuniu e decidiu manter o técnico Andrade no cargo. Para isso, ele terá de mudar a imagem que o badalado elenco tem passado.
Andrade ganhou uma sobrevida pelo menos até quarta-feira, quando o time entra em campo para enfrentar o Caracas, da Venezuela, pela Copa Libertadores. O Flamengo precisa vencer para se manter vivo na briga por vaga nas oitavas de final da competição. Em caso de tropeço, são ínfimas as chances de manutenção do ex-jogador no cargo.
Participaram da reunião, em um restaurante no Rio de Janeiro, a presidente Patrícia Amorim, o economista Fernando Sihman (marido da dirigente), o vice-presidente Hélio Ferraz e o vice-presidente de futebol, Marcos Braz. Apesar de não trocar o comando técnico, a conclusão após o encontro foi de que o clube precisa de uma filosofia nova.
"O Andrade é o técnico do Flamengo e nós não vamos promover uma mudança brusca a apenas 48 horas de uma partida tão importante. Vamos mudar a filosofia de trabalho de todo o departamento de futebol, do vice-presidente ao roupeiro", disse Marcos Braz, após mais de quatro horas de reunião.
Patrícia Amorim quer o elenco menos exposto - são constantes os escândalos envolvendo Adriano e seu estilo de vida desregrado. Além disso, o clube teve de conviver, ultimamente, com denúncias de ligação de Vagner Love com o tráfico de drogas, com críticas abertas de Petkovic aos dirigentes rubro-negros e com confusões entre jogadores - Pet e Bruno chegaram a brigar durante o intervalo de uma partida.
O perfil 'liberal' de Andrade, tão exaltado durante a campanha do título brasileiro, tem causado incômodo entre os diretores do Flamengo. Por isso, mesmo em caso de vitória e classificação na Copa Libertadores, ele pode ser mandado embora. Celso Roth, técnico disciplinador, aparece como favorito caso a demissão seja efetivada.