O zagueiro Danilo compareceu de espontânea vontade na tarde desta sexta-feira ao 23º Distrito Policial, em Perdizes. Acusado de racismo pelo também defensor Manoel, na partida de quinta contra o Atlético-PR, o jogador depôs por volta de 14h30 (de Brasília), acompanhado pelo advogado do Palmeiras.
Segundo informações da ESPN Brasil, Danilo conversou com o delegado Marco Aurélio Batista antes mesmo de ser intimado para se explicar. Em seguida, o palmeirense - que concederá entrevista nesta tarde - foi ao cartório registrar sua versão do ocorrido no jogo das oitavas de final da Copa do Brasil.
Em vídeo da emissora, é possível ouvir Danilo dizendo "seu macaco do c..." a Manoel. No lance em questão, os dois jogadores dividem uma bola pelo alto após cobrança de escanteio. Manoel dá uma cabeçada no palmeirense, que parte para cima do rival, ofende-o e ainda lhe acerta uma cusparada.
Segundo o delegado do 23º DP, que ouviu o plantonista Péricles Alcântara, o jogador do Palmeiras foi denunciado no artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal, e terá que responder judicialmente pela "injúria qualificada por racismo". A pena prevista neste caso varia de um a três anos de reclusão.
Além de ter sido denunciado na justiça comum, Danilo poderá ser punido em campo com base em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): o 254-B - pela cusparada -, cuja punição é de seis a 12 jogos, e o 243-G - pelo ato discriminatório -, com suspensão prevista de cinco a 10 partidas.
Já Manoel poderá ser denunciado duas vezes no artigo 254-A (pela cabeçada no lance do escanteio e por um pisão confesso no segundo tempo), que prevê suspensão de quatro a 12 jogos. Nos dois casos, o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, já informou que pedirá as imagens do jogo para análise.