Duas caras, um só resultado. Tendo duas posturas distintas, o Inter não conseguiu sair do 0 x 0 com o Emelec, em Guaiaquil. Apático, os colorados estiveram próximos da derrota no primeiro tempo da partida válida pelo Grupo 5 da Libertadores. Ofensivo nos 45 minutos finais, os colorados não conseguiram colocar a bola na rede, levando a pressão extra da obrigação da vitória na última partida da fase.
A generosidade da Libertadores com o Inter é incomum em uma competição tão árdua. Porém, parece não haver uma reciprocidade. Nas suas três partidas como visitante, os gaúchos atuaram com o estádio a favor contra o Cerro, na fronteira com o Rio Grande do Sul com o Uruguai, e diante do Emelec, até então sem ter pontuado, tinha um ambiente de amistoso no George Capwell. Sem altitude e o torcedor rival para incomodar, restava ao time de Jorge Fossati atuar bem para encaminhar bem sua situação no torneio.
Nesse ponto residiu o problema, principalmente no primeiro tempo. Moroso, o Inter pouco pressionou, tendo em Abbondanzieri como fator decisivo para evitar a derrota. No segundo tempo, acesos, os colorados conseguiram levar perigo, mas sem ir às redes.
Na próxima semana, os comandados de Jorge Fossati recebem o Deportivo Quito, líder da chave com 10 pontos. Os colorados estão em segundo lugar com nove, à frente do Cerro, com sete. No fim de semana, o Inter encara a final do segundo turno do Campeonato Gaúcho diante do Pelotas.
O jogo
Fora de casa, o Inter é acanhado, é medroso e vê o empate como um grande amigo. Foi assim contra o Deportivo Quito. A dose repetiu-se no segundo tempo contra o Cerro. Fechando a trinca apareceu o Emelec, em Guaiaquil. Até parecia que seria diferente, com Giuliano chutando de fora da área com dois minutos de jogo. Nada além de aparências iniciais.
Aos poucos, Los Electricos conseguiram deixar a partida como queriam. Imprimiram uma correria, abusando dos passes longos e dos lances de velocidade. Quanto menos toque de bola, melhor. Os colorados se submeteram a este ritmo, mesmo vendo o adversário expor suas limitações errando diversos passes na saída de bola. A defesa gaúcha voltou a ver o adversário cabecear em sua área. Aos 18 minutos, Abbondanzieri ficou no meio do caminho observando Pedro Quiñonez tocar sobre o gol.
Walter tentava. Era o que mais tentava. O atacante aparecia tanto na área como nos lados do campo. Aos 23 minutos, perdeu chance com o goleiro Klimowicz saindo nos seus pés, na única oportunidade em que o Inter rondou a meta equatoriana. Foi o melhor lance do time de Jorge Fossati no primeiro tempo. Sem dinamismo, mostrando falta de velocidade, insistindo nos lançamentos e tendo total falta de criatividade, as finalizações foram sempre de fora da área.
Os 15 minutos finais tiveram um Emelec abusado, constantemente levando perigo para Abbondanzieri. Foram quatro oportunidades, três delas o goleiro salvou. Em outra, Pedro Quiñonez acertou a trave, em mais um lance pelo alto.
O Inter entrou no vestiário branco e saiu preto, tamanha foi a mudança de postura em campo. Em uma das raras vezes no ano, a equipe retornou melhor para o segundo tempo. Mais dispostos, os colorados pressionaram, mostrando uma volúpia inédita durante o jogo.
Se tinha lance de perigo brasileiro, tinha Walter envolvido na jogada. Foram dois chutes do jogador, um ele perdeu oportunidade única dentro da área. Na outra bateu para defesa do goleiro. Entre elas, Abbondnazieri salvou em chute de Peirone.
As articulações e chutes protagonizados por Walter não foram suficientes para mantê-lo na partida. Mesmo bem mais efetivo do que Alecsandro, o garoto acabou sendo substituído por Taison. Nos minutos finais, Klimowicz espalmou chute cruzado de Andrezinho. Nos acréscimos, o meia acertou o travessão, não evitando o primeiro ponto do Emelec na Libertadores.
FICHA TÉCNICA - EMELEC 0 x 0 INTERNACIONAL
Local: Estádio George Capwell, em Guaiaquil (Equador)
Data: 14 de abril de 2010, quarta-feira
Horário: 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Marlon Escalante (Venezuela)
Assistentes: Luis Afonso Sánchez e Jorge Urrego (ambos da Venezuela)
Cartões amarelos: Pedro Quiñonez e José Quiñonez (Emelec);
EMELEC: Klimowicz; Zambrano, Fleitas e Mina; Estácio, Pedro Quiñonez (Wila), José Luis Quiñonez, Giménez (Gaibor) e Peirone; Biglieri e Valencia (Mena)
Técnico: Jorge Sampaoli
INTER: Abbondanzieri; Nei, Sorondo, Bolívar e Kleber; Sandro, Guiñazu, D;Alessandro (Edu) e Giuliano (Andrezinho); Walter (Taison) e Alecsandro
Técnico: Jorge Fossati