Jornal Correio Braziliense

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Bellucci revela calcanhar de aquiles

Tenista brasileiro perdeu todos os tie breaks que disputou na temporada. Momento decisivo das partidas tem causado dificuldades e derrotas doídas na carreira do jogador

Aos 22 anos de idade, Thomaz Bellucci é o melhor tenista brasileiro da atualidade. Número 31 do mundo, ele vem marcando presença nos grandes torneios e mostrando ascensão técnica dentro de quadra. Um fator, no entanto, vem prejudicando o desempenho do atleta, que tem 14 vitórias e oito derrotas na temporada, em 2010. Até agora, em todos os quatro tie breaks que disputou, o tenista não só foi derrotado em todos, como conseguiu, no máximo, marcar três pontos nos adversários.

O fraco desempenho de Bellucci nos desempates custou muito a ele em três das quatro oportunidades. Em jogos em que tinha plenas condições de vencer o terceiro e decisivo set ; todos em duelos marcados pelo equilíbrio até então ;, o brasileiro simplesmente sumiu de quadra, não oferecendo qualquer resistência e virando presa fácil para os rivais. Os últimos tropeços, por sinal, ocorreram em dois torneios da série 1.000 ; os mais importantes campeonatos antes dos quatro Grand Slam.

Vale ressaltar, no entanto, que Thomaz Bellucci levou desvantagem em relação aos quatro oponentes em dois quesitos: idade e experiência. Todos os adversários que bateram o brasileiro no tie break tinham mais anos de vida e de circuito. Ele enfrentou Tomas Berdych e Nicolas Almagro, de 24 anos, Philipp Kohlschreiber, 26, e o compatriota Ricardo Mello, 29. Em quase todos os confrontos ; excetuando-se o contra Mello, em que perdeu por 2 sets a 0 ;, o brasileiro teve claras chances de vencer a partida, e só não o fez pela queda brusca de rendimento nos desempates.

Falta experiência
Ex-jogador profissional e técnico de tênis em Brasília, Edison Raw afirma que o problema de Thomaz Bellucci não é técnico. Para ele, o que geralmente afeta jogadores no tie break é o lado psicológico. Raw destaca que é um momento em que o jogo se torna mental, exigindo muito mais controle emocional dos atletas. ;É preciso pensar no tie break ponto a ponto e ter confiança. Se tiver um pouco de medo ou dúvida na hora de bater, a bola sai. É igual ao pênalti para os jogadores de futebol;, compara, citando ainda que qualquer vacilo pode ser crucial, já que o desempate raramente possibilita que um jogador se recupere.

Outro especialista da área, o técnico Santos Dumont lembrou de outro jogador que teve a mesma dificuldade que o paulista enfrenta atualmente. ;O Guga tinha o mesmo problema, é algo muito pessoal;, destacou. Segundo ele, o desgaste psicológico do jogo também prejudicou Bellucci, que na maioria das partidas teve a oportunidade de fechar o jogo e acabou deixando a chance escapar. ;O início do tie break é muito importante, e ele deixou os adversários abrirem vantagem muito rápido. Isso foi crucial, ficou difícil recuperar.;


Feijão sobe no ranking

; Campeão do Challenger de Bogotá na última segunda-feira, o brasileiro João Souza, mais conhecido como Feijão, ganhou 32 posições no ranking divulgado pela ATP. Ele venceu o colombiano Alejandro Falla por 2 sets a 1, parciais de 4/6, 6/4 e 6/1, e apareceu como 121; melhor tenista do mundo. A escalada do tenista em 2010 já é significativa. Ele entrou em fevereiro como 208; do ranking e, com o título conquistado, conseguiu subir 87 posições desde então.