Pouco mais de dois meses antes da sua estreia na Copa do Mundo da África do Sul, marcada para o próximo dia 15 de junho, diante da Coreia do Norte, o técnico Dunga fez um apelo nesta quinta-feira à população brasileira. Durante evento realizado na ABL (Academia Brasileira de Letras), o comandante da pentacampeã mundial pediu um maior carinho ao time.
"Por que perto da Copa não fazemos coisas boas? Não precisa gostar de mim ou do presidente (da CBF) Ricardo Teixeira. Por que cada um não tira um pouco do egoísmo, do rancor, da raiva, e, no lugar, colocar um pouco de amor no nosso país?", questionou o treinador da seleção brasileira, direcionando suas perguntas aos que criticam a equipe nacional.
Dunga voltou a reclamar dos questionamentos sobre seu trabalho à frente da seleção brasileira. Campeão da Copa América de 2007 e da Copa das Confederações de 2009, o comandante ressaltou a pouca importância que os críticos estão dando à preparação da equipe para o torneio, principalmente depois de a preparação para o Mundial da Alemanha ser tão questionada, especialmente depois da eliminação nas quartas de final para a França.
"Ninguém hoje faz críticas construtivas. Ninguém me pergunta se tenho tempo para preparar a equipe e quais são as necessidades que temos para o Mundial. Mas sou muito prático e tenho que fazer tudo para conseguirmos os resultados em apenas 20 dias", desabafou o capitão do tetracampeonato.
Incomodado pelos questionamentos, Dunga realizou um discurso de aproximadamente 15 minutos no evento. E, para finalizar, o treinador ressaltou seu estilo de trabalho, vitorioso durante seus três anos de seleção nacional.
"Quando entro em uma luta, entro para vencer. Eu tenho que deitar, colocar a minha cabeça no travesseiro e dormir tranquilo, por isso falo aquilo que as pessoas têm que ouvir. Não gosto que falem mal do meu país, não gosto que falem mal dos meus jogadores, mas eu posso falar dessas questões. Eu sou assim", encerrou Dunga.