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Feliz com retorno, Ricardinho quer reatar amizades na seleção

Treviso - Depois de ser pré-convocado para o Mundial, o levantador Ricardinho, ex-desafeto do técnico Ricardinho, desabafou sobre os momentos difíceis longe da seleçao brasileira e mostrou-se feliz com a nova oportunidade de representar o país e de reatar a amizade com seus velhos companheiros.

O atleta, medalhista de ouro nas Olimpíadas de Atenas/2004, declarou que contava os dias para voltar a vestir o uniforme verde-amarelo. "Meu primeiro ano de ausência na seleção foi muito pesado, muito difícil tanto no pessoal, como no familiar. A gente sofre bastante. Mas, essa ferida já fechou, cicatrizou. Agora é bola para frente," afirmou Ricardinho, fora da seleção depois de "dois anos, sete meses e alguns dias" à TV Globo. À época, o ex-capitão entrou em atrito com os demais jogadores e com a comissão técnica após desentendimentos com a premiação do Pan-americano de 2007.

Questionado sobre sua relação com Giba - que, durante a semana, revelou não estar pronto em receber a ligação do levantador e que aguardará para ver a real vontade dele - Ricardinho respeitou a atitude do antigo amigo. "Cada um tem uma reação, isso é supernormal. Eu respeito, entendo ele (Giba), vou continuar a tentar falar com ele. Mesmo se não for agora, vai ser depois do Mundial. Quem sabe um dia ele possa me atender," projetou.

Atualmente no Treviso, da Itália, o atleta, de 34 anos, relatou que não poderia desperdiçar essa chance de reatar e que sua principal missão será poder voltar a ter um bom convívio com os outros atletas. "A pessoa cresce, a pessoa aprende. A pessoa que confia em Deus não pode ter rancor. Não é sempre que você pode reatar. Ás vezes, o trem passa, mas não passa novamente. E eu quis aproveitar. Meu objetivo é reatar, voltar a conversar com os caras. Queria ao menos poder cumprimentar os caras se os vissem em qualquer lugar. Isso seria o mais importante, não só para a gente, mas para o Brasil inteiro," finalizou.

O jogador revelou que José Inácio, preparador físico da seleção, o procurou na Velha Bota, no início do mês, indagando-o sobre um possível retorno. A reposta foi sim e, de lá pra cá, o levantador vem falando com Bernardinho com frequência. "Depois de tanto tempo sem ouvir a voz do Bernardo, a gente fica meio assim. Foi estranho, mas foi maravilhoso. Percebi que as coisas estavam indo para o caminho certo e que meu coração queria estar lá perto, emendou."