São Paulo - O levantador Ricardinho adotou o mesmo discurso do técnico Bernardinho e não garantiu seu retorno à seleção brasileira masculina de vôlei. Apesar do desejo de vestir novamente a camisa amarela, o jogador deixou claro que estar pré-relacionado para a Liga Mundial não significa que ele efetivamente vá jogar a competição.
"Não me sinto na Seleção. (...) A reaproximação foi para resolver toda a situação ruim que o passado nos deixou. Poucas vezes na vida temos a chance de consertar o passado. Muita coisa envolve um possível retorno", afirmou o atleta, em entrevista ao jornal O Dia.
Ricardinho declarou que está "com a alma lavada" após conversar com Bernardinho e com o preparador físico da seleção brasileira José Inácio Salles, que conduziu a reaproximação. O jogador do Treviso, entretanto, não quis dar detalhes das conversas. "Um dos erros da época do corte foi deixar as coisas irem a público", justificou.
Ele também comentou suas sensações ao conversar com Bernardinho. "Antes de nos falarmos, eu fiquei pensando qual poderia ser meu sentimento ao escutar a voz dele e foi muito bom. Não senti nada de ruim, muito pelo contrário, foi uma volta ao tempo em 10 segundos", descreveu.
Ricardinho ainda assegurou que não está magoado com as declarações de Giba, que em nota oficial disse que o levantador precisará "se ajustar" e que ainda vai pensar antes de responder às ligações do ex-companheiro - segundo Ricardinho, Rodrigão e Serginho também não atenderam seus telefonemas. De jogadores, ele afirma já ter conversado com Gustavo e Murilo.
"Entendo a reação do Giba, não estou chateado e vou continuar tentando, independentemente de voltar ou não para a Seleção. O vôlei é um esporte coletivo e, se eu voltar, terei que me ajustar ao grupo, sim. Normal", resumiu.
Campanha por Rapha - O atleta do Treviso ainda fez uma rápida análise dos outros levantadores chamados por Bernardinho. Ele aproveitou ainda para destacar a atuação de Rapha, títular do Trentino, líder do Campeonato Italiano e atual campeão mundial de clubes.
"A geração me parece boa, mas vamos: Marlon não é novo, o Sandro eu não conheço e o Bruninho é um jogador jovem com uma excelente margem de crescimento. Mas não posso deixar de falar do Rapha, do Trento, que este eu acompanho de perto. Está em excelente forma", elogiou.