Rio de Janeiro ; Dos jogos dos grandes hoje, pela sexta rodada da Taça Rio, o único que ganhou ares de decisão é o do Vasco, diante do Americano, às 21h50, em São Januário. Uma vitória dá sobrevida ao técnico Vágner Mancini e mantém o time na briga por um lugar nas semifinais. A três duelos do fim da fase classificatória, o Vasco é o terceiro colocado do Grupo B, com um ponto a menos que Botafogo e América, e não depende apenas de si para se classificar. A dupla Fla-Flu, por sua vez, lidera o Grupo A com 13 pontos, quatro a mais que o Boavista. Um triunfo praticamente garante os dois clubes no mata-mata.
O time da Colina é o único grande que perdeu para um pequeno, caiu muito de rendimento e corre risco real de ficar fora das semifinais. Se o Vasco fez 19 gols nas sete rodadas da Taça Guanabara, marcou apenas cinco nos cinco jogos da Taça Rio, com um dos piores desempenhos do segundo turno. E ainda tem um caminho mais complicado que o Botafogo, rival de chave.
Além de vencer seus jogos, a equipe de Vágner Mancini tem de secar o América, que pega dois adversários difíceis nas próximas rodadas: Bangu e Flamengo, ambos fora de casa. As duas vagas do Grupo B devem ser definidas apenas na última rodada, com Botafogo, Vasco e América na briga.
O Flamengo é o clube de melhor campanha na Taça Rio: venceu quatro jogos, inclusive o arquirrival Vasco, e empatou só um, com o Botafogo. A vantagem para o Fluminense é de apenas um gol no saldo, mas o tricolor ainda disputa um clássico. De todo modo, tem quatro pontos a mais que o terceiro colocado e também caminha a passos largos para a semifinal. O único mistério do Grupo A é a posição final dos dois grandes, que disputam gol a gol a liderança.
Botafogo deixa de ser coadjuvante
Enganou-se quem imaginava que o Botafogo relaxaria após a conquista da Taça Guanabara. O time de Joel Santana chutou o papel de coadjuvante no Grupo B e hoje assiste à crise do Vasco de camarote. O alvinegro passou por situação semelhante no turno, quando levou a goleada por 6 x 0 do cruzmaltino e caiu para o terceiro lugar.
A diferença é que a diretoria botafoguense mudou rapidamente de técnico, enquanto a vascaína deu mais um voto de confiança a Mancini, que deve cair em caso de nova derrota ou empate.
A luta dos grandes
Botafogo
Classificação: 1; colocado do Grupo B, com 10 pontos, 3 vitórias, 1 empate, 1 derrota e 4 de saldo de gols
Jogos que faltam: Volta Redonda (F), Boavista (F) e Bangu (C)
; Ponto forte: Ataques pela ala esquerda, com Marcelo Cordeiro, e jogada fatal pelo alto, com Loco Abreu cabeceando ao gol ou escorando. Além disso, mostrou alternativas táticas no ataque quando Herrera e Caio formaram a dupla de frente.
; Ponto fraco: Falta criatividade ao meio de campo, com apenas um armador (Lucio Flavio), isolado e preso à marcação. Apesar do esquema com três zagueiros e dois volantes, tem uma defesa lenta no combate direto.
Flamengo
Classificação: 1; colocado do Grupo A, com 13 pontos, 4 vitórias, 1 empate e 10 de saldo de gols
Jogos que faltam: Tigres (C), América (C) e Friburguense (F)
; Ponto forte: Time entrosado e aplicado taticamente. A fortaleza está no setor ofensivo, com uma dupla de ataque (Adriano e Vágner Love) que marcou 18 gols no Estadual. Na defesa, destaque para o goleiro Bruno, especialista em pegar pênaltis, e os ofensivos laterais Léo Moura e Juan.
; Ponto fraco: Apesar de ter bons volantes, a equipe erra passes na saída de bola e comete muitas faltas. Foram 52 cartões recebidos neste ano: 46 amarelos e seis vermelhos. A zaga melhorou na Taça Rio, mas ainda não inspira confiança contra adversários mais técnicos, como aconteceu nos clássicos e diante da Universidad de Chile, pela Libertadores.
Fluminense
Classificação: 2; colocado do Grupo A, com 13 pontos, 4 vitórias, 1 empate e 9 de saldo de gols
Jogos que faltam: Madureira (F), Vasco (N) e Macaé (C)
; Ponto forte: Alas (Mariano e Julio Cesar) decisivos na frente e um apoiador (Conca) que faz a diferença. O tricolor divide o melhor ataque do segundo turno com o Flamengo: 13 gols cada e média superior a dois por jogo.
; Ponto fraco: Depende muito do maestro Conca. Sem ele, o time fica lento no meio e falta criatividade, deixando o ataque isolado. Além disso, perdeu Fred, sua referência na área, até o fim da fase classificatória. O atacante sofreu uma lesão na coxa direita.
Vasco
Classificação: 3; colocado
do Grupo B, com 9 pontos,
3 vitórias, 2 derrotas e 2 de saldo
de gols
Jogos que faltam: Americano (C), Fluminense (N) e Duque de Caxias (F)
; Ponto forte: Sem Carlos Alberto, lesionado, o time tem em Philippe Coutinho a referência na frente. É o jogador que pode decidir a partida num único lance genial. Apesar das críticas, a defesa do Vasco segue com bons números: três gols sofridos em cinco jogos. É o melhor retrospecto da Taça Rio, ao lado do Flamengo.
; Ponto fraco: Erra muitos passes no meio, principalmente na conclusão das jogadas. Tanto que levou os dois últimos gols de contra-ataque (diante de ASA-AL e Olaria). O setor ofensivo, trunfo no início do ano, caiu muito de rendimento. O cruzmaltino fez 19 gols nas sete rodadas da Taça Guanabara, mas marcou apenas cinco nos cinco jogos do segundo turno. Dodô, artilheiro da equipe, vive péssima fase e esquenta o banco de reservas.
O azarão
América
Classificação: 2; colocado do Grupo B, com 10 pontos, 3 vitórias, 1 empate, 1 derrota e 3 de saldo de gols
Jogos que faltam: Bangu (F), Flamengo (F) e Volta Redonda (C)
Regulamento
Os grupos se enfrentam e os dois melhores clubes de cada chave garantem vaga nas semifinais da Taça Rio (1; A x 2; B e 1; B x 2; A), em apenas um jogo de mata-mata. Os vencedores disputam o troféu. O campeão do segundo turno, então, encara o vencedor da Taça Guanabara (Botafogo) na final do Carioca em duas partidas. O alvinegro leva o Estadual antecipadamente se vencer a Taça Rio.