As seguidas críticas feitas pela Fifa ao Morumbi, estádio cotado para receber a abertura da Copa do Mundo de 2014, cessaram nesta sexta-feira. Pela primeira vez desde que o Brasil recebeu o direito de sediar a competição, a entidade máxima fez elogios ao projeto do estádio paulistano. O secretário-geral Jerome Valcke foi o responsável por esfriar a polêmica.
"As últimas informações que recebemos sobre a Copa de 2014 são boas. Até mesmo do Morumbi, que já virou uma saga entre a Fifa e São Paulo. O último projeto que recebemos preenche todos os requisitos pedidos", disse o dirigente, em entrevista coletiva concedida após a reunião do Comitê Executivo da entidade, realizada na Suíça.
"Os planos de reforma do Morumbi eram um problema. E o projeto que recebemos recentemente nos deixou satisfeitos com as evoluções. O que foi pedido está sendo atendido", garantiu Valcke, que fez duras críticas ao estádio no início do ano, especialmente pela pretensão de receber a primeira partida do Mundial de 2014.
Segundo ele, o estádio do São Paulo poderia, no máximo, receber partidas da primeira fase da competição. A diretoria tricolor contratou um escritório de arquitetura alemão, especialista em reforma e construção de estádios para Copa do Mundo, para alterar o projeto inicial e mudar a opinião da Fifa. O custo estimado da readequação do Morumbi é de R$ 290 milhões.
Estágio avançado
Jerome Valcke não elogiou somente o Morumbi nesta sexta-feira. O secretário-geral da Fifa também se mostrou satisfeito com o desenrolar dos acordos comerciais. A expectativa da entidade é arrecadar, em 2014, o dobro do que foi alcançado com a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, chegando a US$ 3,2 bilhões (R$ 5,7 bilhões).
"Financeiramente, a Copa do Brasil já tem uma série de acordos com parceiros comerciais fechados. O número é maior, inclusive, do que tínhamos na África do Sul na mesma época", relatou o dirigente, que preferiu não se meter na polêmica quanto à divisão dos royalties do petróleo que será extraído da camada pré-sal na costa brasileira.
Segundo o governo do Rio de Janeiro, se a renda for divida entre todos os estados, a capital flumiense pode não ter verba para investir no Mundial e nas Olimpíadas de 2016. "Não estamos preocupados para a Copa do Mundo. Para as Olimpíadas é outra história. Mas conversamos com Ricardo Teixeira (presidente da CBF) e ele não relatou nenhum problema com as garantias governamentais dadas", afirmou Valcke.