Jornal Correio Braziliense

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Recebido por Patrícia Amorim, Flamengo volta ao Rio em silêncio

Após quatro horas de viagem em voo fretado, a delegação do Flamengo desembarcou no Rio de Janeiro no início da manhã desta quinta-feira, pouco depois da derrota por 2 x 1 para a Universidad de Chile, em Santiago. O resultado custou a perda da liderança do Grupo 8 da Copa Libertadores. A maior parte dos jogadores não quis dar entrevistas. O goleiro Bruno, que falhou no segundo gol chileno, e o atacante Vágner Love ignoraram o apelo dos jornalistas. Adriano sequer foi visto no local. O clima de crise começa a se instalar no clube. Até então, os problemas extra-campo de Adriano, que envolvem a suspeita de ligações com o tráfico de drogas e brigas com a noiva, e o noticiário dando conta da presença de Vágner Love, cercado por traficantes, em uma favela carioca, estavam sendo amenizados pelos bons resultados em campo. Com o tropeço, no entanto existe a possibilidade de o ambiente na Gávea se tornar ainda mais pesado. O plantel foi recepcionado pela presidente Patrícia Amorim, que procurou dar apoio moral aos jogadores e minimizou a derrota diante dos chilenos. A dirigente não vê indícios de crise no clube. "O nosso grupo é muito unido e tem conseguido bons resultados dentro de campo. A derrota no Chile foi algo normal, que faz parte do mundo do futebol. Não existe crise, até porque as pessoas estão exagerando demais no que publicam", disse Patrícia Amorim, demonstrando tranquilidade. O técnico Andrade foi outro que saiu em defesa dos seus jogadores. O treinador, por exemplo, não considerou totalmente negativa a atuação do Império do Amor. "Não é todo dia que eles (Vágner Love e Adriano) estão inspirados, mas mesmo assim criaram boas situações de gol para empatarmos ou até virarmos. Embora não estivessem inspirados, eles deram trabalho aos adversários e criaram situações. Em relação ao jogo, cometemos um erro e a Universidad de Chile conseguiu aproveitar essa falha nossa para fazer o gol da vitória", disse o comandante. "Tivemos o domínio no segundo tempo, mas tomamos um gol por falta de atenção", complementou. Por falar em falha no segundo gol da Universidad de Chile, Andrade também defendeu a postura de Bruno, que não quis dar entrevistas comentando seu erro. "O Bruno sabe que errou e por isso nem preciso conversar com ele. Não devemos explorar isso. Vale lembrar que estamos vindo de um clássico em que o nosso goleiro foi um dos destaques, defendendo duas cobranças de pênalti e fazendo outras grandes intervenções", disse Andrade.