Com o sucesso obtido no principal torneio da temporada, o Mundial Indoor, Fabiana Murer agora se concentra no desenvolvimento de sua performance. Com 4,82m como melhor marca de sua carreira, a atleta já considera possível chegar aos 4,85m. Mas o objetivo mesmo, porém, é outro: 5,03m.
"Quero saltar 5,03m para ser mais que o Elson", sorriu a atleta, referindo-se ao fato de seu técnico, Elson Miranda, ter alcançado um máximo de 5,02m quando era atleta. "O objetivo é 5m, mas ela quer me superar", completou o treinador.
Chegar a este nível não seria nada mau para a saltadora, visto que o atual recorde mundial, estabelecido por Yelena Isinbayeva, é de 5,06m. Até hoje, a russa é a única mulher no mundo a ter rompido a barreira dos 5m no salto com vara.
Para cumprir este objetivo, Murer pretende aplicar algumas mudanças na sua maneira de saltar. "Não sou veloz e nem forte. A Isinbayeva, por exemplo, é o dobro de mim. Mas compenso com a técnica. Muita coisa melhora com detalhes mínimos, como a posição da mão esquerda", explicou.
Na avaliação de Miranda, Murer ainda vai atingir o auge no meio da temporada, com as etapas da Liga de Diamante, a Copa Continental e o Troféu Brasil. Antes de fazer uma nova excursão no exterior, ela participará do GP de atletismo do Rio de Janeiro, em maio. Nestas disputas, a ideia é já começar a trabalhar com um maior número de passadas: 18, ao invés de 16.
"Assim, ela fica mais veloz, pode segurar uma vara mais forte e saltar mais alto", explicou o treinador. "Antes, não dava para tentar isto porque tínhamos competições importantes", justificou.
Apesar de ressaltar que não pensa em recorde mundial para a brasileira, Miranda considera que é mais simples obter este feito do que conquistar um lugar no pódio em competições importantes. "Recorde é uma coisa mais fácil porque você pode obter em qualquer competição. Medalha olímpica e de Mundial é só naquele dia", afirmou.
Sumiço da vara
Mais de um ano e meio após as Olimpíadas de Pequim, Murer ainda precisa conviver com comentários sobre o polêmico sumiço de sua vara em Pequim, que acabou prejudicando a sua participação nos Jogos. A atleta, entretanto, assegura que já nem se lembra mais disto.
"Experiências anteriores e até os fracassos, como este caso da vara, me deram experiência para chegar ao ouro e ajudaram a melhorar meu lado psicológico e minha concentração. Hoje, lembro do sumiço da vara e dou risada", comentou.