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Torcedor agredido após clássico candango deixa o hospital

Na manhã de sábado, por volta das 11h, Mário Henrique Lino Pereira - supostamente agredido com cassetete por um policial no confronto da Polícia Militar com torcedores no dia 7, após o clássico entre Brasiliense e Gama - recebeu alta do Hospital de Base. De acordo com Alda Lino dos Santos, mãe do adolescente, ele seguirá o tratamento em casa e terá que ficar 30 dias em repouso. Na próxima terça-feira, tem uma consulta marcada com um neurologista, que acompanhará a evolução do quadro clínico dele. "Ele sofreu uma fratura no osso occiptal direito e teve um edema, que é o coágulo. Primeiro, a tomografia revelou que esse coágulo aumentou e que depois se estabilizou. Por isso, ele recebeu alta", explicou Alda Lino dos Santos. Ainda de acordo com ela, no momento, os médicos descartam a necessidade de uma cirurgia para drenar o sangue, já que o organismo de Mário Lino está reagindo. "O coágulo mudou de densidade, o que quer dizer que o sangue está mais ralo. Isso significa que o organismo dele está reagindo naturalmente. Ele não está tomando nenhuma medicação para isso, porque, como os médicos me explicaram, quando existe um traumatismo não há o que se fazer. Só se o edema for grande demais é feita uma cirurgia. Mas, graças a Deus, no caso dele não foi necessária." A única medicação que Mário Lino está tomando, segundo Alda, é um antibiótico para tratar uma amigdalite que o adolescente contraiu logo que saiu do hospital. "Entrei em pânico. O Mário sempre teve uma saúde muito forte. Mal saí do hospital e tive que voltar. Eles receitaram um antibiótico", contou. Apesar de estar longe dos olhares de especialistas, o adolescente tem sido vigiado 24 horas por dia. Ele está na casa dos avós maternos, que têm mais disponibilidade para dar atenção ao garoto. Cabeça O osso occipital está localizado na parte posterior e inferior do crânio. Infecção Amigdalite é uma infecção das amígdalas, tecido existente na garganta, e que ajuda na defesa contra vírus. A causa da infecção pode ser viral ou bacteriana. Os sintomas mais comuns são dor na garganta, dificuldade e dor ao engolir, dores de cabeça, falta de apetite, febre, vômitos, dores abdominais e a presença de pus branco ou amarelo nas amígdalas. CUIDADOS INTENSIVOS Os familiares receberam uma lista de orientações, que devem ser seguidas à risca. De acordo com Alda Lino, o sono de Mário deve ser vigiado. Ele precisa ser acordado de três em três horas para dizer se está se sentindo bem. Deve ser observado se não está fazendo caretas ou esboçando qualquer tipo de reação estranha; se está caminhando direito; se fala como o habitual; se está raciocinando quando é questionado; entre outras coisas. Em caso de vômito, Mário Lino tem de ser levado imediatamente ao hospital. "Até agora, ele não teve nenhum tipo de ração desagradável. Está respondendo bem. A tendência é que se recupere", garantiu a mãe. Quanto a possíveis sequelas, Alda Lino disse que os médicos a informaram de que, se o coágulo aumentasse, ele poderia vir a ter algum tipo de dano, mas não especificaram o que poderia acontecer. Mário Lino, contudo, continua não escutando pelo ouvido direito, mas isso não preocupa tanto a família. "A otorrino disse que ele não está ouvindo porque ainda existe sangue dentro do ouvido. Segundo ela, de acordo com os exames, está tudo normal, e com o tempo o organismo vai limpando os resíduos que ficaram. Nos próximos dias, ele deve fazer uma nova audiometria", disse.