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Treino classificatório da Fórmula Indy é adiado e Sambódromo pode ser asfaltado

Por segurança, o treino classificatório da etapa de abertura da Fórmula Indy foi adiado. Inicialmente marcada para as 15h30 deste sábado (13/3), a definição da ordem de largada será realizada a partir das 8h30 do domingo. Em função da falta de aderência na Reta do Sambódromo, a organização pode até asfaltar a passarela do samba para a corrida das 13h. Ao invés do treino classificatório, os pilotos entraram na pista para fazer o warm up na tarde deste sábado. Após a atividade, por volta das 17h, uma máquina será usada para lixar um trecho do Sambódromo. Em seguida, um carro testará o percurso. Caso o problema não seja resolvido, o asfalto pode ser a solução. "Uma máquina vai picotar a pista para melhorar a abrasividade. Se não der certo, vamos asfaltar tudo", explica Eduardo Homem de Mello, que participou da montagem da pista ao lado do engenheiro neozelandês Tony Cotman. "O asfalto teria uma liga especial para que ele não solte e possamos fazer a corrida. Até amanhã, vai estar tudo pronto. Temos o aval do prefeito Gilberto Kassab para fazer o que for necessário", completou. Um dos maiores insatisfeitos com as condições da pista, o brasileiro Tony Kanaan, da Andretti, gostou da medida. "Jogaram uma bomba na nossa mão de fazer a pista em quatro meses. Esse tipo de problema tem em todo lugar. Quem só viria amanhã ganhou um bônus", disse o competidor. A decisão de adiar o treino foi tomada em uma reunião entre os pilotos e os organizadores dentro do Pavilhão de Exposições do Anhembi. A princípio, a ideia era fazer frisos no trecho de concreto, como em uma pista de aeroporto, mas a perfuração poderia encontrar a malha de aço que fica abaixo do piso. Responsável por testar o circuito com uma moto antes da corrida, Homem de Mello assegura que não está decepcionado com o problema de falta de aderência na Reta do Sambódromo. "A moto é mais leve. Você distribui melhor o peso. Já os carros têm muita potência. Não deu para avaliar como se fosse um carro de corrida", justificou. Os pilotos também reclamaram de algumas ondulações no trajeto armado na Região do Anhembi, principalmente na Marginal Tietê e na Avenida Olavo Fontoura. Questionado sobre o assunto, Eduardo Homem de Mello atribuiu a responsabilidade aos responsáveis pela própria Fórmula Indy. "A gente sempre disse que dava para melhorar e eles diziam que isso não era um problema, que circuito de rua é assim mesmo. Não podemos esquecer que tivemos 75 dias para fazer o circuito. Teve Carnaval, Desfile das Campeãs. Fizemos tudo em tempo recorde. A responsabilidade não é nossa", afirmou. Homem de Mello assegura que apenas seguiu as instruções dos diretores. "A avaliação foi feita por eles, pelos técnicos e engenheiros indicados pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e pela IRL (Indy Racing League). Só fizemos o que eles mandaram", encerrou. WARM UP Com o treino classificatório adiado, os pilotos entraram na pista às 15h30 deste sábado para realizar o warm up. Assim como os dois treinos livres, a sessão teve uma série de acidentes, alguns na Reta do Sambódromo. O australiano Will Power, da Penske, cravou o melhor tempo (1min31s298). No segundo lugar, Tony Kanaan, da Andretti, foi o melhor brasileiro (1min31s340), seguido pelo companheiro norte-americano Ryan Hunter-Reay (1min31s385). Entre os sete brasileiros que disputarão a etapa de abertura da Fórmula Indy a partir das 13h deste domingo, Kanaan foi o mais regular nas atividades de sábado e se manteve sempre entre os três primeiros.