Foram dez dias longe do trabalho. Na sua volta ao Estádio Beira-Rio, Walter enfrentou a rotina que o acompanhará nos próximos dias. Seu vestiário é o do time B. O seu treino é sozinho em um dos gramados suplementares. Esse é o destino de quem desapareceu sem dar justificativas para os dirigentes e o técnico Jorge Fossati.
A direção irá punir o jogador, mas tomará muitos cuidados. A situação é única. Fora do comum. Walter demonstra pouco entendimento em relação ao que ocorre em sua volta. No domingo, em entrevista à Rádio Gaúcha, o atacante chegou a dizer que voltaria ao clube e quer jogar. Em outro momento da conversa, ele afirmou que seu retorno ocorria somente por causa do contrato de três anos que possui com o Inter.
Problemas familiares e a negativa da direção em vendê-lo para um clube português foram os motivos alegados para os dias de ausência. Sobre seu salário, que ronda a casa dos R$ 15 mil, Walter disse ser um rendimento que "dá para viver". O atacante alegou que sustenta cerca de dez pessoas da sua família.
Na confusa cabeça de Walter, ele pensou que viraria titular logo após subir do time B. Como não aconteceu, surtou. Mesmo tendo entrado no segundo tempo da estreia da Libertadores, o jovem de 20 anos achava que tinha virado a sexta opção do ataque. Caso mostre empenho, Walter pode ser reintegrado ao elenco principal, pois está inscrito na Libertadores.