O goleiro Marcos se considera um estranho no ninho dentro de uma nova geração do futebol brasileiro. Aos 36 anos, ele ressalta que foi formado em uma época diferente, com um relacionamento totalmente distinto entre os atletas. Ainda assim, o camisa 12 acredita que tem sua personalidade forte compreendida no Palmeiras.
"Não sou julgado dentro do elenco pelo que falo, tenho amizade com todos, até com os garotos do time B, não piso em ninguém, trato todos da mesma maneira", explicou Marcos, que justificou os motivos das fortes cobranças sobre os companheiros "Não estamos aqui só para fazer amizades, precisamos dar resultados ao Palmeiras", emendou.
Tão bem humorado nas entrevistas e nas conversas do cotidiano, Marcos não consegue esconder, em suas atitudes dentro de campo, a falta de paciência com alguns atletas que não demonstram o desempenho esperado com a camisa do Palmeiras. O motivo: o arqueiro alega que sofreu bastante antes da fama.
"Passei por muita coisa quando subi para o profissional, tinha que engraxar chuteira, comprar cerveja na rua para os outros atletas, além da própria exigência. Sou um dos últimos dessa época. Eu peco por não ser apenas profissional. Infelizmente, hoje vemos muita gente acomodada", lastimou.
Marcos é repetitivo em seu discurso ao lembrar que " jogador de time grande deve se acostumar com críticas e cobranças". No Palmeiras, pela escassez de títulos dos últimos anos, a tendência é que a paz interna seja uma verdadeira raridade.
"Prefiro ser cobrado e não render do que ser um acomodado. Eu mesmo, com a história que tenho, poderia ficar aqui no Palmeiras mais uns cinco anos, ganhando o meu dinheiro sem esquentar a cabeça. Mas eu cobro muito para os caras honrarem o símbolo que vestem", reforçou o camisa 12.