A proximidade em encerrar a carreira deixa o goleiro Marcos ainda mais espontâneo em suas palavras. Nesta sexta-feira, o camisa 12 ressaltou uma situação que muitos torcedores palestrinos já reclamam: o elenco do Palmeiras, limitado em número de peças, não tem condições de brigar com as grandes forças do Campeonato Paulista.
"Eu não sou um cara de contar mentiras. Não posso perder para o Santo André e falar que está tudo bem. Aqui, os jogadores sentem a responsabilidade de disputar com grandes times sabendo que não há igualdade de forças", explicou o camisa 12, que seguiu em seu raciocínio.
"Posso garantir que não há corpo mole, mas o time está limitado e também alguns jogadores ficaram desgastados com a torcida. Neste cenário, ele perdem prazer de jogar aqui", emendou o pentacampeão mundial.
Nos últimos jogos, até mesmo aqueles atletas que faziam a diferença em campo, como os meias Diego Souza e Cleiton Xavier, naufragaram com o péssimo futebol do Alviverde. Marcos ainda observa dificuldades psicológicas no time. "Às vezes, o jogador sente demais a cobrança no Palestra Itália", explicou.
Dono de uma personalidade forte, Marcos diz que sofre muito ao perceber que o Palmeiras está atrás dos principais rivais nas disputas dos principais títulos. Apesar de presenciar uma nova realidade no futebol, em que o profissionalismo está acima de tudo, o goleiro gostaria de contar com companheiros mais comprometidos com o clube.
"Eu me desgasto muito pelo tempo que vivi aqui no Palmeiras. Vem treinador e fica um ano ou dois para depois ir embora. E há jogador que tem uma passagem só por seis meses no clube. Virou algo normal", lastimou.
Mesmo criticado em algumas ocasiões por "chutar o balde", Marcos justifica que suas críticas públicas têm o objetivo exclusivo de ajudar a equipe. "Às vezes, você fala com um jogador aqui na Academia, mas o conselho entra por um ouvido e sai por outro. Pela imprensa, talvez a recomendação chegue mais fácil a esse atleta", encerrou o camisa 12.