Jornal Correio Braziliense

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Mosley diz que Ferrari é uma mulher de meia-idade ciumenta

"A Ferrari é uma mulher de meia-idade ciumenta". Esta foi a resposta do ex-presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, ao time vermelho, que esta semana atacou duramente às medidas promovidas pelo dirigente no ano passado para promover a entrada de novas equipes na Fórmula 1. Ex-editor da Autosport e comentarista da ITV, o jornalista James Allen descreveu o encontro que Mosley teve com mais cinco jornalistas em um restaurante londrino nesta quarta-feira. "Ele descreveu a Ferrari como uma mulher de meia-idade que tem ciúmes das novas belas mulheres", comentou, em seu site. Mosley, que nunca escondeu sua insatisfação com a presença de grandes montadoras na Fórmula 1, articulou em 2009 a entrada de quatro novos times na próxima temporada: Virgin, Lotus, Campos e USF1. Porém, enquanto as duas primeiras demonstram que ocuparão os últimos colocações no grid, a escuderia espanhola e a norte-americana sequer colocaram seus carros na pista. O Mundial 2010 começa em 14 de março. O antigo mandatário da FIA lamentou o problema, mas lembrou que a "bagunça" não é privilégio das novatas, relatando o GP de Cingapura de 2008, quando a Ferrari liberou Felipe Massa do pit stop antes do tempo correto, implicando em uma cena vergonhosa para o time, com o carro do brasileiro arrastando a mangueira de combustível pelos boxes. Sobre as dificuldades financeiras de Campos e USF1, Mosley se defendeu dizendo que, enquanto ele era presidente da FIA, foram realizadas diversas visitas às estruturas e que a entidade estava de olho nas contas do time. No fim do ano passado, ele deixou o cargo, que passou a ser ocupado pelo francês Jean Todt, ex-chefe da Ferrari. Com as incertezas com relação à continuidade de Campos e USF1, o time sérvio Stefan GP se colocou a postos para substituí-los, mas Mosley lembrou que isso só ocorrerá com a concordância de todos os outros times. Sabe-se, porém, que a atual tendência no paddock é vetar a entrada da escuderia do Leste Europeu. Por fim, Max disse que a revogação do banimento eterno de Flavio Briatore do automobilismo, concedido pela Justiça francesa em janeiro, é um "absurdo" - o dirigente foi duramente punido por ter ordenado Nelsinho Piquet a bater propositadamente a fim de beneficiar Fernando Alonso em Cingapura-2008. O espanhol, aliás, foi absolvido pelo dirigente. "Tenho confiança de que Fernando Alonso não estava na armação. Os investigadores têm experiência em interrogar testemunhas e eles estão convencidos de que Alonso não sabia de nada", comentou Mosley.