Rio de Janeiro ; A geração mais vitoriosa do Flamengo desde a Era Zico tenta, a partir de hoje, devolver ao clube carioca o prestígio no cenário internacional e ainda apagar o vexame da derrota para o Botafogo nas semifinais da Taça Guanabara, na quarta-feira de cinzas. Em 2009, Adriano e companhia derrubaram um jejum de 16 anos no Campeonato Brasileiro. Agora, lutam para levar a cobiçada Taça Libertadores de volta à Gávea, o que não acontece desde 1981, quando o rubro-negro, comandado pelo maior ídolo de sua história, conquistou pela única vez o campeonato.
O primeiro passo da 10; participação do Flamengo na competição continental será no Maracanã, às 21h50, contra a Universidad Católica, do Chile. Na estreia no difícil Grupo 8, a preocupação rubro-negra sai de sua frágil defesa e vai para o ataque, ponto forte do time na temporada. Como o campeão brasileiro fará dois jogos seguidos fora de casa nas próximas rodadas, o triunfo no Rio é fundamental. Para isso, a equipe aposta todas as fichas no setor ofensivo. Juntos, Adriano e Vagner Love marcaram 11 dos 22 gols no Campeonato Estadual.
O Flamengo joga no 4-3-1-2, com três volantes e um meia. Vinícius Pacheco, que segue na vaga do maestro Petkovic, receberá a ajuda de Kleberson na armação das jogadas, com Willians e Toró mais fixos na proteção à defesa. A zaga terá o jovem Fabrício no lugar do veterano Ronaldo Angelim.
O técnico Andrade quer uma zaga mais alta para rechaçar o jogo aéreo do adversário. Fabrício tem 1,86m e Angelim, agora considerado baixo para a posição, mede 1,77m ; curiosamente o barrado foi o autor do gol do título brasileiro, de cabeça. No Carioca, foram 15 gols sofridos em oito jogos, inclusive contra equipes tecnicamente fracas.
Se o clube tenta o bicampeonato após 29 anos, o Imperador volta à Libertadores para fazer pelo Flamengo o que não conseguiu no São Paulo, em 2008, quando balançou as redes seis vezes, mas foi eliminado pelo Fluminense nas quartas de final. O oponente de hoje tem justamente na defesa a sua fragilidade, apesar do reforço do zagueiro Waldo Ponce, ex-Vélez Sarsfield (Argentina).
Análise do jogo
A Universidad Católica concentra seus principais jogadores no meio-campo. Damián Díaz e o camisa 10 Milovan Mirosevic armam a maioria dos lances dos cruzados. O ataque, por sua vez, conta com Morales como referência, como nos três gols marcados nos dois jogos contra o Colón, da Argentina, pela pré-Libertadores. Muitas vezes isolado, ele depende da criatividade e da aproximação dos meias. A expectativa é de que os volantes do Flamengo consigam anular os dois. Embora costume atuar com um só atacante de origem, a Católica gosta de jogar para frente, mesmo fora de casa. Porém, sofre muitos gols, principalmente nos minutos finais, e está mal no Campeonato Chileno, na 11; colocação. É com velocidade no meio de campo que o Flamengo poderá tirar vantagem da vulnerável defesa. A tendência é de que o rubro-negro adiante a marcação, com um bloqueio na saída de bola do adversário e muita força ofensiva.
Estatísticas e curiosidades
O Flamengo começa hoje a sua 10; participação na Libertadores. O time da Gávea comemorou o título na sua estreia, em 1981. Também foi duas vezes semifinalista (1982 e 1984) e teve mais duas campanhas encerradas nas quartas de final (1991 e 1993). Em 2007 e 2008, amargou a eliminação na segunda fase. Em 1983 e 2002, não passou da fase de grupos.