Depois de uma espera mais longa do que a programada, devido às más condições climáticas, o brasileiro Jhonatan Longhi fará sua estreia nos Jogos Olímpicos de Inverno nesta terça-feira (23/2). A partir das 14h30 (horário de Brasília), ele compete na prova de slalom gigante, em Whistler Creekside. No sábado, ele disputa medalha no slalom especial.
A primeira participação do paulista estava inicialmente marcada para o dia 21. "Quero ficar entre os 30 mais bem colocados em uma das provas. Sei que é muito difícil, mas se eu esquiar como tenho feito durante os treinamentos, é possível lutar por esta colocação", comentou Jhonatan, que pouco fala português por ter sido adotado ainda pequeno por pais italianos.
Nos Jogos de Salt Lake City-2002 e Turim-2006, o esqui alpino brasileiro foi representado pelos mesmos atletas: Mirella Arnhold e Nikolai Hentsch. Nikolai é responsável pelo melhor resultado brasileiro na modalidade até hoje, a trigésima colocação no slalom gigante há quatro anos.
Este ano, além de Jhonatan, Maya Harrisson também defenderá as cores verde-amarelas. Assim como o compatriota, ela mudou-se pequena para a Europa, adotada por pais estrangeiros. A estreia da carioca está prevista para quarta, no slalom gigante, competindo novamente na sexta, no slalom especial.
"A equipe de esqui alpino brasileira foi totalmente reformulada em relação às duas últimas edições dos Jogos. Jhony e Maya são dois atletas muito jovens, de muito talento, que estão sendo trabalhados para atingir o ápice em Sochi-2014", explica o presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve, Stefano Arnhold.
Nos dias que antecederam a sua prova, Jhonatan não conseguiu esconder a ansiedade. "Estou bastante ansioso, com muita vontade de que chegue logo a hora da minha prova. Estou ansioso porque quero fazer um bom resultado. Treinamos o ano todo para uma prova que dura um minuto e tudo pode acontecer", afirma o primeiro brasileiro a registrar menos de 50 pontos em uma competição de esqui alpino, onde menos pontos significam tempos mais próximos dos primeiros colocados.
Em todos os eventos de esqui alpino os atletas competem contra o relógio. O objetivo é vencer todo o percurso, passando por todas as portas (passagens obrigatórias, delimitadas por bandeiras) no menor tempo possível. O competidor que perde uma porta é desclassificado.
As provas de slalom gigante e slalom, as que os brasileiros participam em Vancouver, são as mais técnicas do programa de esqui alpino. O percurso destas provas apresenta mais portas em um espaço mais curto, obrigado o atleta a realizar mais curvas ao longo da pista.