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Na estreia de Zago, Palmeiras bate São Paulo e espanta a crise

Os protestos de parte da torcida e a turbulência da semana foram esquecidos pelo Palmeiras, que espantou a crise com a vitória por 2 x 0 sobre o São Paulo, na tarde deste domingo (21/2), no estádio Palestra Itália. No primeiro jogo sob o comando do técnico Antônio Carlos Zago, que substituiu o demitido Muricy Ramalho, o alviverde se recuperou no Campeonato Paulista.

Os gols foram marcados depois da expulsão de Xandão, que foi bastante contestada pelos são-paulinos. E o heroi palmeirense no clássico foi Robert, autor dos dois gols do duelo. O Tricolor ainda reclamou de um suposto toque de mão do atacante no primeiro tento, mas não impediu a festa do rival.

De quebra, o resultado ainda acabou com um tabu no Choque-Rei, já que o Verdão não superava o São Paulo desde a semifinal do Estadual de 2008.

Com o triunfo, o time do técnico Antônio Carlos subiu para a sétima posição, com 16 pontos. Já a equipe de Ricardo Gomes desperdiçou a chance de entrar no G-4 e aparece em quinto lugar, com 17.

O próximo desafio do Palmeiras será pela Copa do Brasil, na noite de quinta-feira, quando receberá o Flamengo-PI, no Palestra Itália. No mesmo dia, o Tricolor terá compromisso pela Libertadores da América, na Colômbia, contra o Once Caldas.

O jogo

Mesmo com a alta temperatura às 17h, a promessa de um clássico ofensivo foi cumprida pelas duas equipes no início do duelo deste domingo, mas com artifícios diferentes dos dois lados. Se o Palmeiras optou pela velocidade de Diego Souza e Lenny, o Tricolor apostou nos cruzamentos em busca de Washington.

E foi em jogada rápida que o Verdão levou perigo com menos de dois minutos, quando Diego Souza recebeu livre e chutou para as redes, mas o árbitro observou o impedimento do atleta e não validou o gol. Do outro lado, o Tricolor insistiu em uma sequência de cruzamentos, sem eficiência.

Com dificuldades para furar a bem posicionada defesa visitante, o time local se arriscou com uma jogada individual. Lenny avançou em diagonal pela esquerda, se livrou da marcação e chutou com perigo, exigindo boa defesa de Rogério Ceni. Diego Souza ainda pegou o rebote, mas mandou nas mãos do goleiro.

Aos poucos, o jogo ganhou marcação no meio-campo e diminuiu as possibilidades dos dois ataques. E foi neste momento que o clássico ganhou duelos individuais. Preocupado em recompor o meio-campo, Cleiton Xavier se encarregou de ajudar na marcação de algumas jogadas de Marcelinho Paraíba. Já Diego Souza encarou a Jorge Wagner, que contava com a cobertura de Miranda.

Desta forma, com mais presença na frente, o Palmeiras percebeu que teria de variar suas jogadas. Após sofrer uma falta que rendeu cartão amarelo a Xandão, Diego Souza cobrou com força, perto da trave de Rogério Ceni. Pouco depois, Wendel recebeu em velocidade na direita e cruzou na segunda trave, onde apareceu Cleiton Xavier para cabecear com perigo.

Mas, sempre disposto em buscar contragolpes, o Tricolor respondeu para ameaçar o adversário. Jorge Wagner encontrou espaço pela meia-esquerda e chutou com perigo, observando a defesa de Marcos. As duas equipes continuaram promovendo um clássico equilibrado, mas sem tantas chances claras.

Em jogada pela esquerda da área, Marcelinho Paraíba pediu pênalti em disputa com Diego Souza, mas o árbitro viu o lance como normal. Na sequência do lance, o Verdão puxou contragolpe, Lenny recebeu em velocidade e, pressionado por Renato Silva, finalizou fraco, para defesa de Rogério Ceni.

Enfim, aos 37 minutos, o Tricolor criou sua melhor jogada até então. Cléber Santana pegou rebote na entrada da área e finalizou fora do alcance de Marcos, mas Danilo apareceu para salvar o Verdão. Com mais insistência nos instantes finais da etapa, o São Paulo ainda ameaçou com chute perigoso de Hernanes.

Com o embalo do primeiro tempo, o time de Ricardo Gomes voltou melhor depois do intervalo e quase abriu o placar. Hernanes ganhou jogada de Cleiton Xavier na direita e correu até fazer a assistência na área, onde apareceu Marcelinho Paraíba para driblar o goleiro Marcos. Mas o meia-atacante perdeu o ângulo para bater e cruzou para Cléber Santana, que foi atrapalhado pela marcação e bateu para fora.

No entanto, uma sequência de lances polêmicos atrapalhou os planos do Tricolor. Logo aos sete minutos, Rodrigo Martins Cintra considerou falta de Xandão sobre Eduardo. O árbitro, então, expulsou o zagueiro de campo, resultando em bastante reclamação dos são-paulinos, que não concordaram com a falta.

No minuto seguinte, em lance com mais protesto dos visitantes, o Verdão abriu o placar. Diego Souza carregou a bola pela esquerda e cruzou para Robert mandar para as redes. Os tricolores acusaram um suposto toque de mão do atacante palmeirense e cercaram o árbitro, que apontou para o centro do campo e confirmou a vantagem dos donos da casa.

Sem tempo para o São Paulo reagir, o Verdão quase ampliou em seguida, na jogada em que Diego Souza se livrou da marcação na área e soltou um foguete, exigindo excelente defesa de Rogério Ceni. Recuperado do susto, o Tricolor quase empatou em batida venenosa de Jean, defendida com dificuldade por Marcos.

Para dar mais movimentação na frente, Ricardo Gomes tirou o centroavante Washington e aposto na velocidade do garoto Henrique. Mesmo com um a menos em campo, o São Paulo mostrou coragem para buscar o empate. Marcelinho Paraíba bateu falta com perigo e viu o goleiro palmeirense espalmar.

Mas, aos 23 minutos, o Palmeiras ampliou a vantagem. Marquinhos, que havia acabado de entrar na vaga de Lenny, cobrou escanteio na primeira trave, onde Robert se antecipou para cabecear. A bola ainda bateu em Rogério Ceni antes de estufar as redes. A partir daí, o time da casa passou a administrar o resultado e buscar apenas jogadas em que tinha a certeza de não correr perigo. Já o Tricolor sentiu a parte física e não conseguiu evitar a derrota.