Faltam quase dois meses para a primeira etapa da Stock Car, mas as mudanças anunciadas na principal categoria do automobilismo brasileiro já dão uma ideia do que está por vir. As novidades são tanto na categoria que dá acesso à V8, quanto na categoria escola da Stock. Na primeira, a Copa Vicar ; ex-Stock Light ; fundiu-se com a Pick-Up Racing, formando a Copa Vicar Pick Up Racing, mantendo a tecnologia e a mecânica da Vicar, mas ganhando um novo formato. Já a Stock Júnior perde lugar para a Mini Challenger, que assumirá a função de continuar formando pilotos, mas agora numa modalidade que vai exigir adaptação para um carro ; o Mini Cooper ; com dirigibilidade bastante diferente do da antiga categoria.
As mudanças foram, inclusive, publicadas com antecedência pelo Correio, em reportagens divulgadas na penúltima etapa da disputa de 2009, em Brasília. Dos 20 carros disponíveis na Mini Challenger, 19 já têm pilotos confirmados. Entre as principais mudanças da categoria estão a potência do novo carro ; que pode chegar a 240km/h, enquanto o Stock Jr. chega a 210km/h ;, a dirigibilidade, já que tem tração dianteira, e o custo um pouco mais elevado, o que, para os pilotos, é um dos pontos negativos.
Se antes o investimento era de R$ 20 mil por etapa, agora o valor pode chegar a R$ 30 mil. ;Ainda é elevado (custo), mas acho que compensa, pois vai ter mais visibilidade;, explicou João Marcelo, um dos nomes confirmados na disputa e campeão na categoria master da Stock Jr., no ano passado.
A curiosidade dos pilotos para testar a máquina é grande, mas eles só vão poder fazer isso nos treinos livres, já que a Mini Challenger funcionará nos moldes da Stock Jr., que é coordenada pela JL Racing, e os pilotos não têm equipes próprias.
Mas antes mesmo de entrarem em cena, os pilotos já começam a tentar uma adaptação ao novo modelo de direção antes do campeonato. Uma das formas encontradas por João Marcelo para se manter competitivo e iniciar a temporada com bons resultados é treinar em carros que possam dar as mesmas condições de direção.
A bordo de um carro de turismo, com tração dianteira, assim como será no Mini Cooper, ele acelera para não perder tempo. ;Há duas semanas, comecei a treinar para me aproximar ao máximo do que vai ser o Mini Cooper. Coloco pneu slick no Gol, de turismo, assim, o carro fica mais parecido com o que vou ter em breve;, comparou.
Sucesso internacional
A Mini Challenger já é moda nos países da Europa, da Ásia e da Oceania. Os campeonatos internacionais serviram de inspiração para os brasileiros adotarem a categoria.
Equipes da Copa Vicar Pick Up Racing
Roby Competições
Carlos Alves Competições
RS Racing
Hot Car Competições
J Star Racing
Bazzo Racing
M4T Motorsport
DCM Motorsport
Motortech
AMD Racing
Fábio Arazanz Speed Team
WS Racing
Scuderia 111
Motin Racing
FF Racing
GS Assessoria e Consultoria
Gramacho Racing
Racequip Motorsports
RC3 Bassani
Dermak
F.A.S. Motorsport
Full Time Junior Team
Nascar Motorsport
Max Power Racing
CKR
Maino Racing
A Jardim Motorsport
Pilotos confirmados na Mini Challenger
1. Leonardo Burti
2. José Ricardo Lima Viana
3. Helio L. Saraiva Jr.
4. Cláudio Dahruj
5. Mário Luiz de Souza Ferreira
6. João Marcelo
7. Lucas Madureira Marotta
8. João Ometto
9. Bruno Luciano Henriques
10. Henry Viscone
11. Alexandre Conill
12. Jose Mario de Castilho
13. Adriano Amaral
14. Carlos Alberto Cavaleiro
15. José Eduardo Della Monica Furlanetto
16. Fábio Viscardi
17. Gustavo Trindade Correa
18. Rolf Gemperli
19. vaga em aberto
20. Vicar (vaga em aberto)
Stock Jr. continua em São Paulo
Apesar de a Stock Jr. não fazer mais parte do calendário da Stock Car, João Marcelo não abandonou a categoria. Com Rodrigo Stefanili e Benedito Janeti, ele a comprou e a transformou em Campeonato Paulista. Para não perder o costume, confessa que, sempre que pode, aproveita para dar umas voltas. ;Nunca vi um carro com uma dirigibilidade e uma sensação de velocidade como o da Stock Jr. Quando posso, mato a saudade;, afirmou.
Além de ser mantida como etapa do Paulista, a categoria aluga os carros. A oportunidade é tanto para quem quer andar num automóvel de corrida, como para o piloto que quer fazer uma bateria de treino. ;Isso é inédito para o automobilismo;, contou.
Com um custo mais acessível do que quando a categoria fazia parte da Stock Car, os pilotos gastarão, em média, R$ 5 mil por corrida. ;Ele custa quatro vezes menos do que era na Stock Jr. É menos do que um campeonato de kart;, explicou. ;Além disso, continua sendo uma categoria de acesso para outras e, claro, formando pilotos.;
O Campeonato Paulista terá 10 etapas, sendo seis no Autódromo de Interlagos e quatro no de Piracicaba. A primeira está marcada para 6 de março.
Corrida por patrocínio
A categoria já está formada. Com a bolha da Pick Up e a mecânica e tecnologia da Vicar, os pilotos já iniciaram a corrida em busca de equipes e patrocínio. Eduardo Leite admitiu que ainda não fechou com nenhuma escuderia, mas explicou que isso é comum na categoria. ;É sempre assim no início do ano. Até o carnaval fica um pouco complicado fechar com patrocinadores. Mas estamos em fase de negociações;, afirmou o piloto, sétimo colocado na Copa Vicar, no ano passado.
A lentidão para as equipes começarem a definir os pilotos tem a ver com o retorno do investimento que os patrocinadores tanto almejam. Como as características são as mesmas do antigo carro, o investimento das equipes também é o mesmo, de cerca de R$ 450 mil por ano. A esperança da Vicar é ter, este ano, tanta visibilidade quanto a V8, que tem todas as etapas televisionadas, para quem sabe conseguir um retorno maior. Afinal, a categoria proporciona corridas recheadas de emoções, batidas e disputas acirradas. ;Talvez tenhamos transmissão das corridas. Se isso ocorrer, já ajuda muito.;
Sobre as mudanças na categoria, Leite acredita que, com a fusão, o número de pilotos deve aumentar, o que é considerado ruim para ele. ;Devem ser quase 50 carros. Isso vai atrapalhar um pouco;, ressaltou. No entanto, a regra continua: apenas 34 carros formam o grid. As duas equipes mais bem colocadas sobem para a Copa Caixa Stock Car.
Saiba mais
Corridas de rua
Depois de incluir no calendário de 2009 a corrida de rua como uma das etapas, a organização da Stock Car optou por repetir o feito, só que desta vez com duas edições. A prova, além de provocar surpresas aos pilotos, que disputam em um traçado desconhecido, é uma forma de integrar o público que comparece em peso às corridas. Além de Salvador, São Paulo deixará de sediar uma etapa, abrindo espaço para mais uma prova de rua.