A ousadia do técnico Adílson Batista foi recompensada na noite desta quarta-feira. Ao escalar o Cruzeiro com três atacantes - Kleber, Wellington Paulista e Thiago Ribeiro -, o comandante viu sua equipe dar um show dentro de campo, principalmente no primeiro tempo, e golear o Real Potosí, da Bolívia, pelo placar de 7 x 0. O resultado positivo no Mineirão garantiu a Raposa como quarto representante no grupo 7 da Copa Libertadores da América.
Depois de empatar por 1 x 1 na altitude de Potosí, o Cruzeiro necessitava apenas segurar a igualdade sem gols para avançar à etapa de grupos. Com a vitória massacrante desta quarta-feira, a equipe de Adílson Batista terá pela frente uma das chaves mais equilibradas da competição e disputará a classificação ao mata-mata com o Vélez Sarsfield (Argentina), Colo Colo (Chile) e Deportivo Itália (Venezuela).
Garantido na maior competição sul-americana, o Cruzeiro retoma suas atenções ao Campeonato Mineiro. A Raposa segue no Mineirão e recebe neste sábado, às 17 horas (de Brasília), o Vila Nova, pela . Contudo, a Libertadores volta à pauta da Raposa já na próxima quarta-feira, às 20h50, para enfrentar o forte Vélez Sarsfield, campeão do Torneio Clausura de 2009 na Argentina, em Buenos Aires.
O jogo
Franco favorito para avançar na Copa Libertadores, o Cruzeiro procurou impor sua melhor qualidade técnica desde o apito inicial do árbitro Diego Hernán Abal. A primeira grande chegada da Raposa ocorreu na base da velocidade, logo aos nove minutos. Jonathan puxou contra-ataque e apenas rolou para Henrique, que soltou a bomba. A bola explodiu na trave e voltou para Wellington Paulista. O centroavante desviou de cabeça e viu o goleiro brasileiro Mauro Machado evitar o tento celeste com um milagre.
De tanto pressionar os bolivianos, o Cruzeiro conseguiu superar a retranca rival quando teve paciência de trocar passes à frente da área adversária. Aos 28 minutos, Wellington Paulista recebeu um grande lançamento e tocou na saída de Machado. Antes de a bola ultrapassar a linha do gol, Marquinhos Paraná raspou com o pé esquerdo e levou consigo os créditos pelo tento de abertura.
O alívio pelo primeiro gol se refletiu no jogo do Cruzeiro. Pouco mais de um minuto de abrir o marcador, a Raposa aproveitou a fragilidade da zaga boliviana e marcou o segundo. Wellington Paulista descola um lindo passe para Thiago Ribeiro, que invadiu a área e tocou com categoria no canto esquerdo para aumentar a diferença, deixando o time celeste muito próximo da fase de grupos.
Porém, a festa nas arquibancadas ficou completa somente aos 39 minutos, quando finalmente Kleber balançou as redes. Jonathan recebeu pela ponta direita e deixou o Gladiador na cara do gol. Para comemorar o ;fico; na Toca da Raposa, o camisa 25 tocou na saída de Machado e assinalou o terceiro tento da noite. Mas, o massacre sobre o Potosí ficou maior ainda nos acréscimos, quando Thiago Ribeiro descolou um lindo cruzamento na medida para Jonathan fazer o 4 a 0.
O domínio cruzeirense irritou completamente o time boliviano. Apelativo para o lado violento do futebol, o Potosí conseguiu a proeza de ter um jogador expulso aos cinco segundos da segunda etapa. Após a saída de bola, Kleber tocou de lado e recebeu uma entrada duríssima de Gerardo Yecerotte, que deixou o confronto mais cedo. Com um a menos, os bolivianos limitaram-se a ficar na defesa e evitar um maior vexame no estádio do Mineirão.
Mesmo garantido na fase de grupos, Adílson Batista tratou de ser mais ousado ainda e colocou o equatoriano Guerrón em campo no lugar do volante Elicarlos. Veloz, o meia-atacante ocasionou grandes chances para aumentar a diferença no placar. Logo aos 11, Thiago Ribeiro encontrou o camisa 19 livre dentro da área, que acabou sendo infeliz na tentativa de driblar o goleiro Machado.
A fragilidade do Potosí refletiu até mesmo nas atitudes dos jogadores dentro de campo. Aos 29 minutos, Galindo recebeu o segundo cartão amarelo e acabou expulso por um motivo incomum no futebol profissional: desobedecer o árbitro ao não tirar sua aliança do dedo. A partir deste instante, a Raposa se concentrou em marcar o quinto gol e avançou praticamente todo o time para o campo rival.
De tanto insistir, o Cruzeiro aumentou o placar aos 42 minutos. Jonathan enfiou grande passe para Eliandro, que finalizou com força e superou o goleiro Mauro Machado. Porém, o massacre não terminou por aí. Logo em seguida, Bernardo recebeu dentro da área, driblou o goleiro e assinalou o sexto tento. Nos acréscimos ainda deu tempo para Guerrón marcar um golaço. O equatoriano invadiu a área, driblou a marcação e finalizou completamente sem ângulo. Show do time brasileiro no gramado do Mineirão.
FICHA TÉCNICA - CRUZEIRO 7 x 0 REAL POTOSÍ-BOL
Local: Estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão), em Belo Horizonte (MG)
Data: 03 de fevereiro de 2010, quarta-feira
Horário: 21h50 (de Brasília)
Público: 36.574
Árbitro: Diego Hernán Abal (Argentina)
Auxiliares: Roberto Reta e Gustavo Esquivel (ambos da Argentina)
Cartões Amarelos: Henrique (Cruzeiro); Gonzalo Galindo e Helmut Gutiérrez (Real Potosí)
Cartões Vermelhos: Gerardo Yecerotte e Gonzalo Galindo (Real Potosí)
Gols: CRUZEIRO: Marquinhos Paraná, aos 28, Thiago Ribeiro, aos 30, Kleber, aos 39, Jonathan, aos 46 minutos do primeiro tempo, Eliandro, aos 42, Bernardo, aos 44, e Guerrón, aos 47 minutos do segundo tempo
CRUZEIRO: Fábio; Jonathan, Leonardo Silva, Gil e Diego Renan; Elicarlos (Guerrón), Marquinhos Paraná e Henrique; Thiago Ribeiro, Kleber (Eliandro) e Wellington Paulista (Bernardo)
Técnico: Adílson Batista
REAL POTOSÍ-BOL: Mauro Machado; Ronald Eguino, Álvaro Ricaldi, Edemir Rodríguez e Gonzalo Galindo; Fernando Argarañaz (Miguel Loayza), Eduardo Ortiz, Edgar Clavijo e Helmut Gutiérrez; Gerardo Yecerotte e Augusto Andaveris (Torres)
Técnico: Sergio Apaza