Aos 25 anos, Lucas Di Grassi reforça o time de brasileiros que irão disputar a Fórmula 1 na temporada de 2010. O paulista que há seis anos se mudou do Brasil para seguir a carreira de piloto conta os dias para estrear na maior categoria do automobilismo, em 14 de março, quando irá defender a também estreante Virgin Racing. Nas pistas, ele acumula um currículo com 12 anos de experiência entre campeonatos de kart, Fórmula Renault, Fórmula 3 Sul-Americana, Fórmula 3 Internacional e Fórmula GP2. A performance nas pistas já lhe rendeu, por dois anos consecutivos, o capacete de ouro e a eleição de melhor jovem piloto latino-americano (2007 e 2008).
De passagem pelo Brasil, onde veio visitar a família e aproveitou para correr as 500 Milhas, o piloto conversou com o Correio sobre a estreia na F1 e falou como será correr ao lado do alemão Timo Glock, com quem disputou o título de 2007 da GP2, última categoria que disputou. Além disso, ele falou das expectativas e planos para 2010 e de como aproveita o tempo livre em Londres.
Companheiro de equipe
;Eu e o Timo Glock (adversário na GP2 e agora companheiro de equipe na Fórmula 1) disputamos o campeonato de GP2 de forma acirrada em 2007. Chegamos na última etapa com apenas dois pontos de diferença. No final das contas, ele levou a melhor. É um piloto que eu respeito e tem uma ótima reputação na Fórmula 1. Vou tentar aprender o máximo com ele.;
O convite inesperado
;Realmente não esperava estrear na F1 neste ano. Eu fiz meu trabalho como piloto de teste (da Renault) e acabei conseguindo entrar para a categoria. Essa vaga foi excepcional e vou tentar me destacar como piloto oficial.;
Preparação no Brasil
;Eu vim passar as festas de fim de ano com a família e, principalmente, fazer a parte de preparação no Brasil, por causa do calor que acaba ajudando na resistência. Aqui, fiz trabalhos diários na academia, parte física e corri de kart. Na Europa, está muito frio e dificulta a preparação. Volto domingo (hoje) para Londres, mas ainda não sei onde vou morar. Ou continuo em Londres ou vou para Mônaco, onde mora grande parte dos pilotos.;
Estreia na Fórmula 1
;Eu estou tentando me preparar da melhor forma possível. Quero aprender bastante, evoluir como piloto e espero ter os melhores resultados. Não tenho meta traçada do que fazer, pois sei que ainda tenho muito a aprender. A categoria é muito difícil. E, como é o primeiro ano da equipe e meu primeiro ano também, pretendo evoluir junto com eles. Sem dúvida eu preciso melhorar muito tanto dentro da pista quanto fora.;
Brasileiros na F-1
;Eu acho que quanto mais brasileiros na categoria melhor para o esporte e para a torcida. É muito produtivo ter quatro pilotos este ano. O bom é que todos são bem amigos, mas vamos disputar e competir da forma mais saudável. O Felipe é um grande amigo meu, sempre procuro conversar com ele. Quando tenho alguma dúvida, me aconselho com ele. Além de um ótimo amigo, é um exemplo dentro da pista. E se chegou onde está hoje é porque merece. Sem dúvida é um exemplo a ser seguido.;
Saudades do Brasil
;Sinto muita falta da família e amigos. O clima também não dá para sentir muita falta, pois está chovendo muito em São Paulo.;
Fora da pista
;Quando não estou na pista procuro fazer um dos esportes que adoro. Gosto de jogar tênis, squash, correr. Também faço triatlo, wakeboard, jet ski, golfe e até rafting. Meu forte também é sair para comer fora. Adoro sushi e, claro, não sei fazer.;
Promessas nacionais
Além de Lucas, Felipe Massa, Rubens Barrichello e o
também estreante
Bruno Senna representam
o país na F-1.
Ensaios positivos
Os ensaios começaram
em 2007, quando fez 14 dias
de testes e demonstrações
com o carro da Renault de Formula 1. Em 2008 e
em 2009, Lucas trabalhou como terceiro piloto
da equipe francesa.