[SAIBAMAIS]Blindado pela diretoria do Brasiliense, Jóbson, que estará presente no julgamento, não foi encontrado pelo Correio para comentar o caso. Já o homem forte do clube de Taguatinga, Luiz Estevão, não quis dar detalhes sobre os argumentos que serão usados por ele e pelo advogado Carlos Portinho para defender o atacante no Rio de Janeiro. ;O julgamento será transmitido pela internet e você vai poder acompanhar todos os passos. Nestas horas, quanto menos a gente falar é melhor;, explica o dirigente. ;O caso dele (Jóbson) é de conhecimento público. Todo mundo já sabe o que aconteceu. Vamos fazer de tudo para ajudar o garoto;, garantiu Luiz Estevão.
Ainda no fim do ano passado, o advogado Carlos Portinho adiantou ao Correio os três pontos cruciais que serão utilizados hoje na defesa de Jóbson. Segundo o jurista, o primeiro passo é afastar a chance de banimento do atleta do futebol, pena bastante cogitada pela imprensa no dia em que explodiu o escândalo. Em vez de ser julgado como reincidente, Portinho quer a união dos dois casos em um único processo. Ele se baseia no artigo 10.7.4 do código mundial antidoping, alegando que, para ser considerado reincidente, o jogador deveria ter sido notificado do resultado do primeiro exame antes da realização do segundo. Assim, Jóbson não correria o risco de ser excluído do esporte.
O segundo ponto usado pela defesa de Jóbson é técnico. Trata-se de uma suposta falha no momento da coleta da urina do jogador. O advogado diz que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não seguiu à risca os procedimentos indicados pela Fifa. Ele cita, especificamente, o terceiro item do artigo 6 do apêndice E. O texto diz que o atleta deve receber dois frascos de vidro para armazenar o material. No entanto, a defesa alega que o recipiente entregue ao então jogador do Botafogo não era o mesmo aprovado pela entidade máxima do futebol, o que tiraria a confiabilidade do exame.
Vício
Por último, Carlos Portinho vai apelar para o drama pessoal de Jóbson. Segundo o jurista, a cocaína é uma droga social, incapaz de aumentar o rendimento do atleta dentro de campo. O argumento é de que Jóbson teria um problema de saúde, independentemente de ser ou não dependente químico, e de ter cheirado a droga mais de uma vez. Assim, o importante não é suspender o jogador e sim cuidar da saúde dele.
ENTENDA O CASO
Revelado nas categorias de base do Brasiliense, Jóbson foi um dos responsáveis por evitar o rebaixamento do Botafogo para a Série B do Brasileiro no ano passado. Famoso por seus casos de indisciplina no futebol candango, o atacante aprontou das suas também no Rio de Janeiro. Ele foi flagrado duas vezes no exame antidoping pelo uso de cocaína. A primeira aconteceu no jogo contra o Coritiba, em 8 de novembro. Logo depois, no duelo diante do Palmeiras, em 6 de dezembro, em partida válida pela última rodada do Brasileiro, o jogador foi flagrado mais uma vez. Pelo bom futebol apresentado no alvinegro carioca, Jóbson acabou contratado pelo Cruzeiro. Mas a negociação aconteceu antes de toda essa confusão. Assim, na hora em que o escândalo veio à tona, a Raposa desistiu da contratação.
"O julgamento será transmitido pela internet e você vai poder acompanhar todos os passos. Nestas horas, quanto menos a gente falar é melhor"
Luiz Estevão, homem forte do Brasiliense
Luiz Estevão, homem forte do Brasiliense
O número
2012 - Ano de encerramento do contrato de Jóbson com o Brasiliense
Opinião do internauta
;Tem mais é que punir o Jóbson. O esporte está ligado a outro tipo de mensagen e não a essa que esse moleque passou para os jovens;
Cristovam Sobreira
;Mais um que jogou a carreira fora por conta das drogas. Que ele, ao menos, não use mais;
Frederico Costa