Jornal Correio Braziliense

Superesportes

Basta levar a bola laranja

Das seis quadras visitadas, apenas uma não está em condições de uso e outra passa por reforma. Especialistas elegem o Parque da Cidade como o melhor espaço disponível

Celeiro de grandes nomes do basquete, o Distrito Federal não poderia ser diferente quando o assunto são as quadras públicas da modalidade. Apesar de ser alvos de atos de vandalismo, como pixações e depredação, muitas quadras ainda resistem às mazelas e servem de palco para quem procura lazer e diversão com a bola laranja. Ao lado do ex-jogador Pipoka, ídolo do esporte brasileiro, e Eric Tatu, armador do Limeira, o Correio percorreu seis pontos da cidade para mostrar onde é possível jogar basquete, tema da segunda reportagem da série que avalia as áreas públicas de esporte do Distrito Federal. A avaliação começou pelas quadras de Sobradinho, que surpreenderam os visitantes, com um espaço conservado e bem localizado. %u201CShow de bola. Esse lugar é perfeito para jogar%u201D, avalia Pipoka. Mas uma das formas de conservar o local e livrá-lo da destruição pode acabar restringindo o acesso ao local. Um dos principais empecilhos apontados pelos jogadores em dois (Quadra 6 de Sobradinho e 315 Norte) dos seis locais visitados, foi a necessidade de acionar o responsável pela quadra para colocar o aro nas tabelas. %u201CO único problema é que o aro fica na dependência de um professor que vem três vezes na semana. Se eu quisesse jogar hoje, não poderia%u201D, ressalta Eric Tatu. %u201CMas se funciona assim é para manter o local ativo%u201D, pondera. Uma outra surpresa durante a visita foi a reforma da quadra na 303 Norte. Nossa equipe de reportagem flagrou homens trabalhando na pintura e na restauração do local. Eles garantiram que o trabalho contratado incluía a instalação de tabelas e aros. %u201CIsso já é um ótimo começo%u201D, comemora Tatu. Tristeza A decepção foi na Asa Sul, onde Pipoka se decepcionou ao voltar ao local em que começou a jogar, há 37 anos. Na Entrequadra 106/107, ele viu a quadra, que serviu de inspiração para tiros precisos e jogadas perfeitas, praticamente abandonada. Sem pintura, grades e muito menos tabela, o local é ponto de encontro de capoeiristas. Ao redor, um circuito inteligente, uma quadra de areia e outros espaços que serviam para a prática de esportes estão inutilizáveis. %u201CÉ triste voltar aqui e ver a quadra nesse estado. Foi aqui que comecei e não há nem sinal de basquete%u201D, lamenta. O local que realmente arrancou suspiros dos basqueteiros e provocou saudades em Pipoka foi o Parque da Cidade. Com 15 quadras em perfeitas condições, o lugar foi avaliado como o melhor point de basquete. Além da pintura nova, há aros com rede em todas elas, além da grade que separa uma da outra. Para ambos, a combinação ideal. %u201CAqui é o melhor lugar. Está perfeito. Só falta a luz para jogar à noite%u201D, analisa Tatu. %u201CTem até uma quadra com aro profissional. Nota 10. Fiquei até com vontade de jogar%u201D, completa Pipoka. Cuidado maior Em Sobradinho, os aros ficam sob a supervisão do professor Demétrius, que está no local às segundas, quartas e sextas-feiras de manhã e de tarde. Mas quem quiser pode levar seu próprio aro e encaixar na tabela. Já na Asa Norte, os aros ficam com a prefeitura das quadras.