Atual 34ª colocado no ranking da ATP, Thomaz Bellucci é treinado por João Zwetsch desde o começo de 2009. Depois de trabalhar como técnico do Brasil na Copa Davis durante os últimos anos, ele deve substituir Francisco Costa na função de capitão da equipe nacional.
Orientado pelo ex-tenista espanhol Emílio Sanchez Vicário, coordenador do tênis no País, Jorge Lacerda Rosa, presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), pretende trabalhar apenas com um capitão a partir de 2010 e extinguir o cargo de treinador.
A ideia é contar com a participação de todos os técnicos dos jogadores convocados para defender a equipe nacional. O presidente da CBT quer definir o capitão até fevereiro. "Como jogamos só em maio, não temos pressa. Vamos esperar o Emílio chegar", disse Lacerda em entrevista exclusiva à GE.Net.
Francisco Costa sucedeu Fernando Meligeni como capitão. Afastado do Grupo Mundial desde 2003, o Brasil perdeu nos playoffs nos últimos quatro anos, três sob o comando de Costa (contra Equador, Croácia e Áustria). Ele ganhou metade de suas seis séries com um total de 15 triunfos e 14 derrotas.
De acordo com Lacerda, um rodízio já havia sido combinado com Francisco Costa e João Zwetsch. Com a extinção do cargo de treinador, no entanto, um deles deixará a equipe e o fato de viajar com Thomaz Bellucci durante o ano pesa em favor do segundo, que levou Flávio Saretta ao 44º lugar do ranking mundial em setembro de 2003.
"A tendência é que o João permaneça, até porque está no circuito profissional e já tínhamos a ideia de fazer uma rotatividade entre eles. Dos brasileiros, é um dos poucos que realmente está no circuito. É importante para o capitão na Davis viajar e observar os jogadores no exterior. Eu vejo o João mais no circuito do que o Chico", disse Lacerda.
Depois de cair de forma inesperada diante do Equador em Porto Alegre no playoff do Grupo Mundial em 2009, o Brasil espera pelo vencedor do confronto entre Uruguai e República Dominicana, que se enfrentam entre os dias 5 e 7 se março em quadras duras armadas na cidade de Santo Domingo.
"Acho que o Uruguai ganha. Eles têm uma equipe mais forte. Contam com um jogador entre os 50 do mundo, o Pablo Cuevas (é o atual 50º do ranking), que joga bem tanto em simples quanto em duplas. Deve ser um confronto forte. Ganhando, vamos de novo torcer para pegar uma boa série", projetou o mandatário da CBT.
Animado ao falar de suas expectativas para o próximo confronto, Lacerda muda de fisionomia ao lembrar do tropeço diante do Equador. "Estamos batendo na trave há quatro anos e essa foi a primeira vez que tivemos realmente a chance de vencer. Era uma série complicada, mas a gente meio que tinha a obrigação de ganhar", reconheceu.
Em 2010, Lacerda quer ver Emílio Sánchez Vicário mais perto do time nacional. "Ele já está conversando com o pessoal que trabalha na Copa Davis. Infelizmente, não pode assumir como capitão por ser estrangeiro, mas queremos o Emílio mais forte perante a equipe. Ele vai estar próximo ao capitão e presente em todas as séries do torneio", disse o presidente.
Sanchez Vicário ocupou o sétimo lugar do ranking de simples da ATP e foi o líder da lista de duplas. Ganhou 15 títulos individuais e 50 em parceria, entre eles três Grand Slams. Em 2008, comandou a equipe espanhola, desfalcada de Rafael Nadal, na conquista da Copa Davis sobre a Argentina em Mar del Plata.
Apesar do plano de trabalhar apenas com um capitão, Lacerda fala em abertura. "Mesmo com um único cargo, quem participou vai continuar participando. Vamos estar mais abrindo do que restringindo, até porque queremos a participação dos treinadores dos jogadores", encerrou.
Jorge Lacerda Rosa concedeu entrevista exclusiva à GE.Net na sede da entidade durante a tarde da última terça-feira. Nos próximos dias, mais trechos da conversa com o presidente da CBT serão publicados.