Apesar da média de idade elevada (28 anos), a equipe do Ciser/Araldite/Univille/Joinville que inicia na noite desta quarta-feira a disputa do grupo C da Liga das Américas, no México, peca pela pouca experiência internacional. Dos 12 jogadores da equipe, apenas Manteguinha, Jefferson Sobral, João Victor e Tiagão possuem uma bagagem considerável em disputas adultas contra times de fora do Brasil.
Principal jogador da equipe, Manteguinha esteve no elenco do Vasco campeão sul-americano em 2000, além de integrar a equipe do Universo/Ajax vice-continental em 2005. Com passagens pelos Estados Unidos, Sobral também recheou o seu currículo com a comquista dos cariocas há quase dez anos, enquanto o pivô Tiagão foi campeão sul-americano com a seleção adulta em 2003, no Uruguai. João Victor, por sua vez, atuou no basquete universitário norte-americano e no Uruguai.
E é justamente nestes atletas que o técnico Alberto Bial mais aposta para conseguir a classificação para o Final Four. "Eles já são os mais graduados no nível técnico dentro da nossa equipe. O Manteguinha é o nosso melhor jogador, o Jefferson está no patamar de seleção brasileira... Eles vão ser as locomotivas dentro da quadra", comentou o treinador.
O armador carioca explica que existe uma grande diferença entre atuar contra um adversário brasileiro e contra um rival latino-americano. "É um jogo totalmente diferente do que a gente joga aqui no Brasil, mais difícil, mais de contato. Além disto, na Liga das Américas, as equipes estão mais preparadas, afinal são as melhores de cada país", aponta Manteguinha.
Bial também aponta o fator mental como determinante para se dar bem em uma competição como a Liga das Américas. "Temos que ver a forma como cada um vai encarar os outros falando em outra língua e as arbitragens apitando um basquete que não estamos acostumados aqui, de muito mais contato. E, quando um jogador não for bem interpretado, precisará ter um emocional tranquilo para mostrar o basquete que tem possibilidade", destacou.
Se depender de Sobral, os mais experientes vão assumir o posto de comandantes dentro de quadra sem a necessidade de um pedido externo. "Tenho uma grande responsabilidade na equipe e acho que, com a bagagem que tenho, posso contribuir muito como atleta", explicou o jogador, que, no entanto, não acredita que terá tanto trabalho neste aspecto. "Os jogadores são novos, mas de muito talento e isso facilita muito", analisou.
Para não se unir a Pitágoras/Minas e Flamengo na lista de brasileiros precocemente eliminados na Liga das Américas 2009/2010, o Joinville também utilizou vídeos das partidas dos compatriotas na disputa para se acostumar com o estilo diferenciado de basquete que terão pela frente.
"Vamos buscar não cometer os erros que eles cometeram, como uma reclamação, uma espécie de defesa faltosa...", aponta o pivô Shilton, maior reboteiro do basquete brasileiro nos últimos três anos.
Ele lembra que o time catarinense teve bastante dificuldades no Sul-americano de clubes campeões, em 2008, quando ficou com o terceiro lugar. "Sofremos muito por não conhecer a arbritrgam, não ter visto vídeos, não ter nenhuma informação sobre os adversários.... Estamos querendo fazer uma campanha na Liga das Américas um pouco melhor. Talvez, não em termos de resultados, mas em termos de crescimento da equipe para o seguimento da liga nacional", explicou.
A estreia do Joinville na Liga das Américas será na quarta-feira, às 22 horas (horário de Brasília), diante do Obras Sanitárias. Na quinta, o desafio é contra os donos da casa às 0h10. A campanha nesta primeira fase termina ante os uruguaios do Malvin, novamente às 22 horas.