Em clima de virada de ano, os velejadores mais experientes de Brasília disputam hoje, a partir das 13h, a 7ª Regata São Silvestre da classe Oceano. A prova, que teve sua primeira edição em 2003, começou com apenas cinco barcos e a intenção dos que participavam era frugal: se divertir. Desde então, a regata atraiu cada vez mais competidores - em 2008, 15 barcos velejaram nas águas do Lago Paranoá - e ganhou importância no calendário brasiliense, apesar de ainda não fazer parte das competições oficiais da cidade. Com a entrada de Lars Grael na disputa, há um ano, a brincadeira adquiriu status e os atletas passaram a levá-la a sério, brigando pelo primeiro lugar.
Embora o caráter da competição tenha mudado, quem não consegue chegar na frente não costuma ficar chateado. Para preservar o caráter inicial, mais descontraído e menos competitivo, a premiação é bem diferente da usual. Os troféus costumam ser melancias, abacaxis, cenouras, pepinos e, em certa ocasião, um velejador chegou a sair do clube com uma botina velha. "A prova nasceu de uma brincadeira de quem não viaja no fim de ano e foi ficando importante e competitiva. Mas a confraternização é o que importa, não é uma disputa acirrada. No final, todos são premiados e sempre têm as brincadeiras", conta Roberto Renner, atual campeão que participa da competição desde o seu surgimento.
Para Geraldo Sampaio, que correrá a regata pela segunda vez, a data não poderia ser melhor. "A ideia de realizar a prova no fim do ano é excelente. A gente faz a festa velejando", afirma. O velejador aproveita a oportunidade para correr ao lado da esposa, Maria Amélia, e da filha, Amanda, no barco Utopia.
Os barcos Stand by me, de Lars Grael, e War, de Roberto Renner, são considerados favoritos. Navegando um modelo menor que os fortes oponentes, um Fast 23, Sampaio diz que não tem chances contra eles. "A gente compete não para ser o primeiro a chegar, mas para ficar entre os primeiros entre os barcos iguais, os menores", revela.
Na classe Oceano, os barcos não são idênticos. As variações vão do desenho ao tamanho, passando pelo número de tripulantes. Devido a essa diversidade, algumas embarcações acabam se tornando mais velozes que outras, principalmente em razão do projeto de cada um.
Para igualar as condições de navegação entre barcos grandes e pequenos, o tempo que determina o vencedor é corrigido por uma fórmula complexa, que considera variáveis como o comprimento do barco, o tamanho da linha da água, a área vélica e o peso.
Em Brasília, duas premiações serão feitas: para o "fita azul" "aquele que cruza a chegada primeiro" e para o barco que levar a melhor depois do cálculo do tempo corrigido.
Dois barcos são apontados como favoritos. O primeiro é o War, tripulado por Roberto Renner, Jorge Botim, Sérgio Renner e Luiz Eduardo. "É um barco adquirido só para competições. Ele tem cerca de 28 pés (ou 8,5m) e apresenta um melhor desempenho em virtude dos equipamentos e por contar com uma tripulação mais experiente. Todos querem correr em um barco desse", comenta o comandante Roberto, que há 15 anos pratica a modalidade.
Já o Stand by me conta com uma tripulação de renome. Além de Lars Grael, o barco tem Luiz Amado, campeão mundial da classe Star; César Castro, bronze no sul-americano de Star; e Nicholas Grael, filho de Lars, que segue os passos do pai. A embarcação tem, aproximadamente, 25 pés, ou seja, 7,6m. "Esta é uma época em que poucos velejadores estão em Brasília, porque, normalmente, passam o fim de ano em seus estado. Para mim, que gosto de ficar aqui no reveillón, é uma oportunidade de não ficar longe das águas", ressaltou Lars.
Programe-se
7ª Regata São Silvestre %u2014Classe Oceano
» Dia: hoje
» Horário: 13h
» Local: AABB (SCS Trecho 2 Conj 17) %u2014 Raia Sul
» Percurso: 2 barlasota (trajeto em que o velejador vai contra o vento e volta a favor)
» Informações: 3223-0078
*Inscrição gratuita