O brasileiro Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros e ex-número 1, cobrou mais efetividade do espanhol Emílio Sánchez Vicário, contratado pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT) para coordenador o esporte no País. Em entrevista à GE.Net, Jorge Lacerda Rosa, presidente da entidade, respondeu ao ex-tenista.
"Quem trabalha sozinho, não faz nada. O próprio Guga teve todo o problema que teve por quê? Por falta de pessoas na equipe quando ele jogava", disse o dirigente em alusão ao problema no quadril que obrigou o brasileiro nascido em 1976 a se aposentar no ano passado após duas cirurgias.
"Se ele tivesse descoberto o problema no quadril antes, se tivesse acompanhamento maior de um médico, de um fisiologista, poderia estar jogando até hoje. É isso que a gente não quer fazer: sair correndo. Calma", rebateu o presidente da entidade que comanda o tênis nacional.
Em entrevista publicada pelo jornal Correio Braziliense na última semana, o próprio Guga disse que as lesões impediram a chegada ao auge. "Analisando friamente é óbvio que eu poderia estar jogando até hoje no circuito e os meus melhores anos ainda estariam por vir", disse
Gustavo Kuerten foi questionado sobre o trabalho de Sanchez Vicário há pouco mais de suas semanas, após homenagear a ex-tenista brasileira Maria Esther Bueno antes do amistoso entre a russa Maria Sharapova e a argentina Gisela Dulko em Porto Feliz, no interior paulista.
"Acho que seria importante ele estar mais presente aqui no Brasil. Temos várias ideias com o mesmo ponto de vista, mas acho ainda que é preciso uma engrenagem mais rápida nisso, mais efetividade. É uma pessoa que pode contribuir com coisas importantes", disse Guga.
Sanchez Vicário e o tricampeão de Roland Garros chegaram a se reunir em Florianópolis durante o ano. Capitão da Espanha no título da Copa Davis de 2008 sobre a Argentina, o europeu liderou o ranking mundial de duplas e ganhou 50 títulos em parceria, entre eles três Grand Slams, além de 15 campeonatos em simples.
Segundo Lacerda, em 2009 a prioridade do espanhol foi a parte administrativa. "Primeiro, tem que arrumar a casa e deixar tudo em condições. Não adianta pegar cinco tenistas para jogar e não ter um controle. Quem vai fazer a organização de viagem? A reserva das coisas? Tem que ter uma equipe", afirmou Lacerda.
Confirmado em 2010 pelo presidente da CBT, o espanhol tem como prioridade contar com um Centro de Treinamento, de preferência na capital paulista, já que a cidade abriga a sede da CBT. Outra ideia do coordenador do tênis nacional é aumentar o investimento nas categorias de base.
"A parte administrativa, que foi o primeiro passo de tudo, o Emílio fez completa. Agora, ele está me cobrando. Quem está devendo sou eu. Preciso oferecer as quadras para ele poder trabalhar. É nisso que a gente está empenhado agora", encerrou o mandatário da CBT, que espera contar com um CT já em janeiro.