O crescente número de 'escapadas' dos atletas cubanos em competições internacionais gera um clima de alerta no país caribenho. O jornal Granma, órgão oficial do governo, denunciou nesta quinta-feira a existência de uma campanha sistemática de inimigos do país para estimular a deserção.
"Está em curso uma campanha bem organizada pelos inimigos da revolução para possibilitar a saída ilegal de nossos atletas, dirigida fundamentalmente a jogadores de beisebol e boxeadores, em seu sistemático empenho em minar nossa potência esportiva", diz a publicação.
Os últimos a desertar foram os jogadores de beisebol Aroldis Chapman e Yunieski Maya, além do campeão mundial de boxe, Guillermo Rigondeaux - este já havia tentado a fuga sem sucesso durante os Jogos Pan-americanos de 2007, realizados no Rio de Janeiro.
Reconhecido pelo alto investimento e bons resultados, o esporte cubano tem passado por crise, diante das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país. Apesar disso, o presidente do Comitê Olímpico Cubano, José Ramón Fernández, se mostrou satisfeito com os resultados mostrados durante o primeiro ano do novo ciclo olímpico.
"Não chegam sequer a um em cada dez os que sucumbem moralmente à chuva de ofertas em um mundo marcado por mercantilismo, vícios, drogas, doping e consumismo, no qual nossa pátria brilha como exemplo difícil de imitar", exaltou o dirigente de 86 anos, que também acumula o cargo de vice-presidente do gabinete do governo de Cuba.