Após um decepcionante desempenho no salto em distância do Campeonato Mundial de Atletismo, em Berlim, Maurren Maggi foi submetida a uma cirurgia no joelho direito, no início de setembro, para reparar o problema que a fez abandonar a final na Alemanha. Três meses depois, a campeã olímpica contraria os médicos e projeta voltar ainda no primeiro semestre de 2010.
"Bem, os médicos dizem em setembro. Eu digo junho, ou julho. Acho que a partir de julho eu já estou em alto nível novamente", disse Maurren, durante o IV Fórum Atletismo do Brasil, em São Paulo, na última semana. "Eu fiz a cirurgia e estou sarando", complementou a atleta que, por ora, descartou uma segunda aposentadoria.
"Eu queria dar continuidade na minha carreira, acho que depois de tudo o que eu fiz, eu poderia me aposentar em grande estilo, mas acho que tenho muito a fazer ainda", afirmou. Em 2003, Maurren foi flagrada em um exame antidoping por uso de clostebol, um esteróide anabolizante. Apesar de ter alegado contaminação acidental, por conta de um creme cicatrizante utilizado após a depilação, foi suspensa por dois anos.
Durante este período, afastou-se do esporte, deixou de treinar e decidiu retomar as atividades apenas em 2006. Já nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, em 2007, conquistou a medalha de ouro e voltou a figurar entre as estrelas do atletismo nacional. A coroação veio em Pequim-2008, quando saltou 7,04m e ficou com o primeiro lugar, tornando-se a primeira mulher brasileira a subir ao lugar mais alto do pódio olímpico em um esporte individual.
Por conta deste retorno vitorioso após uma suspensão por doping, Maurren é citada como exemplo por Bruno Lins Tenório de Barros, Jorge Célio da Rocha Sena, Josiane da Silva Tito, Luciana França e Lucimara Silvestre, flagrados no meio do ano por uso de EPO. "Claro que cada caso é um caso, mas acho legal eles estarem se inspirando, se apegando em alguma coisa, ou em alguém, para poder dar continuidade na carreira, levantar a cabeça e seguir", concluiu a saltadora.