O Barueri fazia ótima campanha na Série A do Campeonato Brasileiro quando foi surpreendido pela saída do técnico Estevam Soares. No início de agosto, o treinador preferiu abandonar a equipe da Grande São Paulo na 6; colocação para assumir o ameaçado Botafogo. Sem alternativas, foram as "opções caseiras" que salvaram o time em seu primeiro ano na elite.
"Não esperávamos a saída do Estevam e quando nós da diretoria nos reunimos, percebemos que não havia na praça um treinador que tivesse a mesma metodologia que estávamos seguindo. Como o Diego Cerri era coordenador técnico e conhecia bem o grupo, resolvemos investir nele", contou o diretor de futebol do Barueri, Pedro Alcazar, por telefone à Gazeta Esportiva.Net.
Assim, Cerri trocou de cargo e ganhou a companhia de Luiz Carlos Goiano, contratado como auxiliar técnico. Ambos haviam trabalhado juntos no início do ano, quando, ao lado de Toninho Moura, formaram o "trio de treinadores", experiência que fracassou ainda durante o Campeonato Paulista.
"Usamos de novo a opção caseira, porque a margem de erro era menor. Para trazer outro técnico que não conhecia o trabalho e o grupo, teríamos de dar tempo. Não poderíamos ter erro, pois o Brasileiro é um jogo atrás do outro", disse Alcazar, satisfeito com as escolhas certas feitas durante a competição. "Foi um acerto nosso", concluiu, apesar da evidente queda de rendimento.
Em 13 jogos sob o comando de Cerri, a Abelha perdeu seis, empatou quatro e venceu apenas três. Apesar disso, o time não chegou a ocupar a zona de rebaixamento e se manteve em posição relativamente confortável na tabela. Na 32; rodada, Diego Cerri voltou a ocupar cargo diretivo e passou o comando para Luiz Carlos Goiano, que estreou com vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo.
Ao final do Brasileirão, Estevam Soares ainda era o técnico com melhor aproveitamento: 51,8% dos pontos, com sete vitórias, sete empates e quatro derrotas. Diego Cerri (33%) e Luiz Carlos Goiano (38%) ficaram bem abaixo, mas a campanha acabou de bom tamanho para o Barueri: além de se manter na elite, garantiu vaga na Copa Sul-americana de 2010. Após a grande contribuição do atual treinador do Botafogo, não há magoas.
"Ele deixou claro que era uma oportunidade única, que o único time grande que havia treinado era o Palmeiras, que galgaria degraus maiores, então vai com Deus, né. Ficamos com a opção caseira, mas não temos mágoas. Só temos que agradecer ao que ele fez. Nos deixou em uma ótima posição e foi colher frutos no Rio de Janeiro", complementou Alcazar.